terça-feira, 24 de agosto de 2010

As alergias




Alergia é uma reação imunologicamente mediada pela IgE contra um antígeno estranho ( alérgeno), manifestada por inflamação tissular ou disfunção de um órgão. Hipersensibilidade alérgica por ser tanto local quanto sistêmica. Devido ao alérgeno ser ambiental ( estranho ao corpo), a pele e o trato respiratório são os órgãos mais frequentemente afetados. Reações alérgicas podem também afetar a vasculatura, trato gastrointestinal e outros órgãos viscerais. Anafilaxia é a forma mais extrema de alergia sistêmica.

Tipo I - Hipersensibilidade imunologicamente mediada pela IgE Anticorpos IgE ocupam receptores em mastócitos. Dentro de poucos minutos de exposição ao alérgeno, um antígeno multivalente se junta ( se liga) à IgE, ativando e degranulando os mastócitos. Mediadores preformados ou formados na hora são liberados, e causam vasodilatação, contração do músculo liso visceral, estimulação da secreção de muco pelas glândulas do corpo, aumento da permeabilidade vascular, levando à inflamação tissular. Metabólitos do ác. aracdônico, citocinas e outros mediadores induzem a fase tardia da resposta inflamatória que ocorre algumas horas depois. Existem 2 subgrupos de alergia IgE-mediada:
a. Atopia
É o grupo de doenças ( rinite alérgica, asma, dermatite, gastroênteropatia alérgica) que ocorre em certas pessoas com uma tendência hereditária a desenvolver anticorpos IgE contra múltiplos órgãos envolvidos com antígenos "ambientais".
b.Anafilaxia
Certos alégenos ( especialmente drogas, picada de insetos, látex e alimentos) podem induzir à resposta mediada pela IgE, causando uma generalizada liberação de mediadores pelos mastócitos e resultando em anafilaxia sistêmca. Esta é caracterizada por hipotensão ou choque pela vasodilatação total, broncoespasmo, contração uterina e gastrointestinal, urticária ou angioedema. É uma condição potencialmente fatal. e pode afetar pessoas com atopia ou não. Urticária e angioedema são formas cutâneas da anafilaxia muito comuns, e tem o melhor prognóstico.

Tipo II - Hipersensibilidade mediada por anticorpo ( citotóxica)
A reação citotóxica envolve uma reação entre IgG ou IgM contra antígeno aderido à célula (do órgão afetado). Isso tipicamente resulta em ativação da cascata do completemento e destruição da célula, a qual o antígeno está aderido. Um exemplo disto é a anemia hemolítica ou doença hemolítica ( sist. Rh) do recém nascido.
Tipo III - Hipersensibilidade mediada por imunocomplexo
Anticorpos IgG ou IgM podem formar complexos com o alérgeno, e ser depositado em tecidos, podendo ativar o complemento. Com concentração similar de anticorpo e alérgeno, a reação de Arths, uma resposta inflamatória cutânia e subcutânica (localizada), ocorrem da mesma forma que doença do soro ( uma doença sistêmica caracterizada por febre, artralgias e dermatites.

Tipo IV - Hipersensibilidade mediada por células ( linf. T) ou retardada ( tardia)
A manifestação mais comum deste tipo é a dermatite de contato, no qual o antígeno causa inflamação na derme por contato direto com a pele. A reação ocorre depois de um período latente de 1-2 dias. A pneumonite hipersensível ou alveolite alérgica é uma doença pulmonar mediada por células T.

2 - Rinite Alérgica

Sintomas e sinais
Prurido nasal( coceira), congestão nasal , rinorréia( nariz escorrendo), espirros frequentes, sintomas do trato resp. inferior : tosse crônica, chiado, dispnéia
Olhos irritados e prurido, dermatite eczematosa.
Exposição à agentes ambientais
Confirmada pela exposição à anticorpos IgE específicos em testes.
Sinais no exame físico: mucosa nasal edematosa ou inflamada, podendo estar pálida ou azulada pela congestão venosa e engorjamento vascular.

COMO EVITAR ALERGIAS
Como ficamos alérgicos?A alergia não aparece da noite para o dia. A cada vez que nosso organismo tem contato com uma substância estranha (antígeno), ele produz uma substância chamada de anticorpo. Este anticorpo se liga à determinadas células do nosso organismo e faz com que estas liberem substâncias responsáveis pelos sintomas clínicos das reações alérgicas.
O que é alérgeno?O alérgeno é o termo usado para a substância que causa reação alérgica. Alguns estão no ar como o pólen ou os fungos; outros são encontrados em alimentos como por exemplo o leite, frutos do mar ou ovo. Alguns insetos tem alérgenos em seu veneno; assim como, certas plantas possuem também substâncias alergênicas. No ambiente doméstico, os alérgenos encontrados mais freqüentemente são os tão conhecidos “ácaros”.
Existe uma predisposição para a alergia?Sabemos que crianças de pais alérgicos tem maior probabilidade de serem alérgicas. Crianças que possuem um de seus pais alérgicos tem 20 a 30% de serem alérgicas enquanto que filhos de ambos os pais alérgicos já tem uma probabilidade de 60%. Por outro lado, a alergia pode se desenvolver em qualquer fase da vida e até mesmo em pessoas sem histórico familiar; basta para isso, que a exposição deste indivíduo à determinado alérgeno ultrapasse o seu limiar de tolerância.
Quais são os diferentes tipos de alergias ?Quando a reação alérgica ocorre no sistema respiratório, podemos ter desde de uma rinite alérgica até crises asmáticas de intensidades variáveis. Quando o órgão acometido é a pele, podemos ter desde de pequenas manchas avermelhadas como reações alérgicas à picada de insetos até reações urticariformes gigantes.
Como evitar as alergias?Quando se conhece o responsável pela alergia como, por exemplo, em uma alergia alimentar, basta evitar o alimento na dieta. Quando o agente está presente no ar como a poeira ou fungos, podemos tentar reduzir o seu contato através do que chamamos de controle ambiental. Este consiste em cuidados diversos para diminuir o contato com os alérgenos no ambiente domiciliar, como por exemplo o uso de protetores plásticos de colchão e travesseiros, de pano úmido diariamente nos pisos da casa, a troca das cortinas por persianas etc. É possível também diminuir aos poucos a sensibilidade do indivíduo ao(s) alérgeno(s) através de imunoterapia (vacinas específicas) realizada com supervisão médica.
A influência do climaO inverno é a época em que mais se agrava a freqüência de crises respiratórias, incluindo a asma. O tempo mais seco diminui as defesas e secreções das vias aéreas, deixando-as mais vulneráveis aos alérgenos. O frio e o fenômeno das inversões térmicas dificultam a dispersão de poluentes do ar, o que facilita a inalação de agentes que causam alergias. Além disso, as pessoas tendem a passar mais tempo em locais .

COMO MANTER UMA BOA SAUDE
Manter um estado de boa saúde deve ser uma prioridade para todos nós; a saúde é um dos nossos bens mais preciosos, algo que infelizmente a maioria das pessoas só compreende quando se vê a braços com uma qualquer doença.
Quando somos saudáveis encaramos a vida com mais coragem, estamos mais disponíveis para os outros, somos mais sensíveis ao meio que nos rodeia. Se bem que algumas pessoas possam herdar determinados problemas constitucionais que não lhe permitem usufruir de uma vida relativamente saudável, mantermo-nos em boa forma e mesmo recuperar de problemas de saúde mais ou menos graves não é na maioria dos casos particularmente difícil.
Na realidade, o nosso corpo tem a sabedoria para se tentar manter sempre funcional, criando mecanismos de defesa e de adaptação constantes; sem a capacidade de adaptação adquirida ao longo de milhões de anos de evolução morreríamos literalmente com o ar que respiramos, a água que bebemos ou os alimentos que ingerimos; enlouqueceríamos com a quantidade de informação a que o nosso sistema nervoso está continuamente exposto. No entanto, a maioria das pessoas consegue viver razoavelmente bem e adaptar-se a imensas condições adversas, porque o organismo tende sempre a criar equilíbrio e harmonia.
Neste artigo propus-me escrever sobre aqueles que penso serem os fatores mais importantes na manutenção e recuperação da saúde, fatores esses que são bastante simples e baseados no bom senso. Acredito sinceramente que para sermos saudáveis não necessitamos de nenhuns estudos especializados nem de seguir quaisquer teorias complicadas. A saúde surge quando seguimos as leis da natureza e a doença quando as violamos, consciente ou inconscientemente.

DOENÇA EMERGENTE E REEMERGENTE
Bacillus cereus: A intoxicação alimentar por B. cereus causa principalmente diarréia e vômito, podendo causar outras manifestações clínicas como as infecções sistêmicas e piogênicas graves, gangrena, meningite séptica, celulite, abcessos pulmonares e endocardite. De ocorrência mundial, é frequentemente encontrado no solo e meio ambiente e, em baixos níveis, nos alimentos crus, secos ou processados. A transmissão ocorre por ingestão de alimentos mantidos em temperatura ambiente por longo tempo, depois de cozidos, o que permite a multiplicação dos organismos e o desenvolvimento de toxinas altamente termo-estáveis. Uma variedade de erros na manipulação de alimentos tem sido apontada como causa de surtos. O tratamento é sintomático com reposição hidro-eletrolítica nos casos mais graves.

Salmonella Enteritidis: É um enteropatógeno bacteriano do gênero Salmonella, pertencente à família Enterobacteriaceae e sorotipo Enteritidis. Existem atualmente 2324 sorotipos de Salmonella dos quais 1367 pertencem à subespécie enterica. Os sintomas são: febre, cólicas abdominais e diarréia com duração média de 4 a 7 dias e geralmente auto-limitada. Em pacientes idosos, crianças, gestantes e pessoas imunodeprimidas, a doença pode ser mais grave, causando artrite, cistite, meningite, endocardite, pericardite, pneumonia e septicemia, podendo chegar a óbito. É altamente resistente a importantes antibióticos. Freqüentemente encontrada no trato intestinal de animais, domésticos e selvagens, é muito comum em frangos e ovos. No caso dos ovos, a contaminação pode ocorrer tanto pela casca infectada quanto pelo ovo intacto, através da transmissão intraovariana. A SE, dentre as bactérias, é a que mais freqüentemente causa surtos, devido à ingestão principalmente de pratos à base de ovos crus ou mal cozidos.

Cólera: Doença infecciosa, aguda e transmissível, caracterizada, em sua forma mais evidente, por diarréia aquosa e súbita. O agente etiológico é o Vibrio cholerae, bactéria que pode sobreviver no meio ambiente, em rios de alta salinidade ou nas águas litorais. É transmitida principalmente pela contaminação fecal da água ou alimentos, sendo os mariscos crus ou mal cozidos fonte de contaminação da cólera. Aproximadamente uma em cada 20 pessoas infectadas pode ter a doença grave, caracterizada por diarréia aquosa abundante, vômitos e cãibras nas pernas, com perda rápida dos líquidos do corpo, desidratação grave, prostração e morte, na ausência de tratamento adequado, com a restituição imediata de líquidos e sais minerais perdidos. Permaneceu em níveis epidêmicos e/ou endêmicos em vários estados do Nordeste até o ano de 2001 e é endêmica e/ou epidêmica em países do subcontinente Indiano e da África subsaariana. No estado de São Paulo, o último caso (importado) foi registrado em 1999.

Salmonella typhi/Febre Tifóide: A FT é uma doença bacteriana aguda, causada pela S. typhi, de gravidade variável que se caracteriza por febre, mal-estar, cefaléia, náusea, vômito e dor abdominal, podendo ser acompanhada de erupção cutânea. O período de incubação varia geralmente de 1 a 3 semanas. A via de transmissão é fecal oral, na maioria das vezes, através de água não tratada ou de alimentos contaminados por portadores, durante o processo de preparação e manipulação. Persiste de forma endêmica, em algumas regiões do Norte e Nordeste do Brasil. No estado de São Paulo, o coeficiente de incidência caiu vertiginosamente a partir da segunda metade da década de 70, quando atingia níveis em torno de 3 a 4 casos por 100.000 habitantes. Na última década este índice tem se mantido sempre abaixo de 0,1. O ESP não apresentava óbitos pela doença desde o ano de 1996, óbito ocorrido no município de Agudos. No entanto, no ano de 2004 foi registrado um óbito no município de Guarujá e em 2005, mais um óbito no município de Carapicuíba.

Listeria monocytogenes/ Listeriose: Causa sintomas como náusea, vômitos, diarréia, podendo evoluir para septicemia, meningite, encefalite, infecção cervical ou intra-uterina em gestantes, as quais podem provocar aborto (no segundo ou terceiro trimestre) ou nascimento prematuro. Outros danos podem ocorrer como endocardite, lesões granulomatosas no fígado e outros órgãos, abscessos internos ou externos, e lesão cutânea papular ou pustular. Essas desordens comumente são precedidas por sintomas semelhantes ao da gripe com febre persistente. A taxa de letalidade em recém-nascidos é de 30%; em adultos (sem gravidez) é de 35%; em torno de 11% para <> 60 anos. Quando ocorre septicemia, a taxa de letalidade é de 50% e com meningite pode chegar a 70%. O principal reservatório do organismo é o solo, lodo, forragem e água. É resistente aos efeitos do congelamento, secagem e calor, ainda que seja uma bactéria não formadora de esporos. Queijos em processo de maturação, sorvetes, água, vegetais crus, patês de carnes, molhos de carne crua fermentada, aves crus ou cozidos, peixes (inclusive defumados) e frutos do mar podem constituir meio para o seu crescimento e são freqüentemente a causa de surtos. No Brasil é subdiagnosticada e subnotificada. Infecções assintomáticas provavelmente ocorram em todas as idades, embora, sejam de importância, apenas na gravidez.
Hepatite A: Inicia-se, de forma abrupta, de 15 a 50 dias, em média 28 a 30 dias, após o contato com o vírus. Caracteriza-se por febre, mal estar, anorexia, náusea, desconforto abdominal e icterícia. Pode ser assintomática ou leve, com duração de 1 a 2 semanas, ou mais grave, durando meses (situação rara). A severidade, em geral, está relacionada à idade. A taxa de letalidade é baixa. A transmissão é via fecal-oral, por contato pessoa-a-pessoa, água não tratada e alimentos contaminados por manipuladores. Vários tipos de alimentos podem ser incriminados, inclusive, os cozidos, se contaminados pelo preparador após o cozimento. Alimentos crus, como frutas, verduras e mariscos podem transmitir a doença, se foram cultivados com água contaminada. Com a melhoria de medidas sanitárias em muitas partes do mundo observa-se que os adultos jovens tornam-se suscetíveis e os surtos estão aumentando, principalmente em creches, e seus contatos domiciliares. Em cerca de 25% dos surtos não se consegue identificar a fonte de infecção. Entre os anos de 1998 até o presente 2005, foram notificados no ESP, 236 surtos envolvendo 3.122 doentes. A vacina é uma importante perspectiva para o controle em áreas críticas.

Poliomielite: Doença viral aguda; manifesta-se por infecções inaparentes ou quadro febril inespecífico, meningite asséptica, formas paralíticas e morte. As formas paralíticas representam 1 a 1,6% dos casos e possuem características típicas: paralisia flácida de início súbito, em geral nos membros inferiores, de forma assimétrica; diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada; sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido e persistência de alguma paralisia residual após 60 dias do início da doença. A transmissão pode ser de pessoa-a-pessoa, através de secreções nasofaríngeas, ou de objetos, alimentos, água etc., contaminados com fezes de doentes ou portadores. O período de incubação varia de 2 a 30 dias (em geral, 7 dias). Demonstra-se a presença do poliovírus nas secreções faríngeas e nas fezes, respectivamente 36 e 72 horas após a infecção, tanto nos casos clínicos quanto nas formas assintomáticas. O vírus persiste na garganta cerca de uma semana e, nas fezes, por 3 a 6 semanas. A “paralisia infantil” foi uma doença de alta incidência no país, deixando centenas de deficientes físicos. Em 1989, registrou-se o último caso, após um período de realização de grandes campanhas vacinais e vigilância epidemiológica, desenvolvidas desde 1980, quando, em 1994, o país recebeu o “Certificado de Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem nas Américas”. A partir de então, o país assumiu o compromisso de manter altas coberturas vacinais e uma vigilância epidemiológica ativa de todo quadro de paralisia flácida aguda (PFA), possibilitando, assim, a identificação imediata da reintrodução do poliovírus, e a adoção de medidas de controle para impedir sua disseminação. Entretanto, o poliovírus continua circulando na Ásia e África, o que impõe a manutenção de uma vigilância ativa para impedir sua reintrodução nas áreas erradicadas, como o que ocorreu em 2003 e 2004, devido à epidemia africana: além de se espalhar no país com casos devido à baixa cobertura vacinal, o vírus reinfectou outros países que estavam sem casos de pólio desde 1995. Até o momento, 16 países apresentaram casos derivados da importação do vírus, destes, seis tiveram a transmissão restabelecida: Sudão, Mali, Burkina Faso, Chad, República Africana Central e Costa do Marfim. Em 2004, 1265 casos de poliomielite foram confirmados no mundo, em comparação com os 784 de 2003, quando o número de países endêmicos eram seis (Nigéria, Niger, Egito, Paquistão, Afeganistão e Índia), com os 125 países em 1988 e um número de casos de 350.000. Atualmente, o mundo registra 1163 casos confirmados, um importante risco de disseminação do poliovírus frente à vulnerabilidade promovida pela intensa mobilização das populações.

Rotavírus: É um RNA vírus da família dos Reoviridae, do gênero Rotavírus, classificado sorologicamente em grupos, subgrupos e sorotipos. Até o momento 7 grupos foram identificados: A, B, C, D, E, F e G, ocorrendo em diversas espécies animais, sendo que os grupos A, B, e C são associados a doença no homem. A infecção pelo rotavírus varia de um quadro leve, com diarréia aquosa e duração limitada à quadros graves com desidratação, febre e vômitos, podendo evoluir a óbito. Praticamente todas as crianças se infectam nos primeiros 5 anos de vida, mesmo nos países em desenvolvimento, mas os casos graves ocorrem principalmente na faixa etária de 3 a 35 meses. Estima-se que essa doença no ESP seja responsável por cerca de 10% a 20% de todos os episódios diarréicos em crianças menores de 5 anos. È causa freqüente de hospitalização, atendimentos de emergência e consultas médicas, sendo responsável por consideráveis gastos médicos. Via de transmissão fecal-oral, por contato pessoa-a-pessoa, por fômites, pela água e alimentos contaminados, os rotavírus são isolados em alta concentração em fezes de crianças infectadas. A diarréia é caracteristicamente aquosa, com aspecto gorduroso e explosiva, durando de 4 a 8 dias. Em geral a doença é auto limitada, com tendência a evoluir espontaneamente para a cura, o fundamental do tratamento é prevenir a desidratação e distúrbios hidreletrolíticos. Em 2006, a vacina contra rotavírus será incorporada no Calendário Nacional de Vacinação Infantil.

Norwalk virus/Norovirus: O vírus Norwalk, espécie do gênero Norovírus e da família Caliciviridae, é o protótipo de uma família de pequenas estruturas virais (SRSVs) classificadas como calicivirus. A família consiste de vários grupos de vírus distintos sorologicamente que foram nomeados pelos lugares onde os surtos aconteceram. Causa gastroenterite auto-limitada, caracterizada por náusea, vômito, diarréia e dor abdominal. Cefaléia e febre baixa podem ocorrer. A dose infectante é desconhecida, mas presume-se ser baixa. Doença moderada e breve, normalmente se desenvolve 24-48 horas após ingestão de alimento ou água contaminada e dura de 24-60 horas. A transmissão provável é via fecal-oral, embora a transmissão por ar e contato com fômites parece explicar a rápida disseminação em hospitais e outras comunidades fechadas. Surtos recentes apontam para a importância dos frutos do mar e água, com transmissão secundária para os membros da família. O ser humano é o único reservatório conhecido. Na maioria das vezes, ocorre em surtos, de importantes proporções, afetando grupos de todas as idades. Em países em desenvolvimento a porcentagem de indivíduos que desenvolveram imunidade nas idades jovens é alta.

Giardia lamblia/Giardíase: È um protozoário, também chamado de Giárdia intestinalis, causador de doença diarréica. Os indivíduos com o parasita podem apresentar quadro de diarréia crônica, esteatorréia, cólicas abdominais, sensação de distensão, perda de peso e desidratação. Pode haver má absorção de gordura e de vitaminas lipossolúveis. Algumas infecções são assintomáticas. A infecção ocorre pela ingestão de cistos em água ou alimentos contaminados ou pessoa-a-pessoa através do mecanismo mão-boca. Acredita-se que os indivíduos assintomáticos sejam mais importantes na transmissão da doença. O período de incubação varia de 5 a 25 dias, com uma média de 7 a 10 dias. Concentrações de cloro utilizadas para o tratamento da água não matam os cistos da Giardia, especialmente se a água for fria; água não filtrada proveniente de córregos e rios expostos à contaminação por fezes dos seres humanos e dos animais constitui uma fonte de infecção comum. As giardíases possuem distribuição mundial, sendo que a prevalência é maior em áreas com saneamento básico deficiente e em instituições com crianças que não possuem ainda controle de seus esfíncteres. Somente os surtos são de notificação obrigatória.

Toxoplasma : Infecção geralmente assintomática; nos quadros agudos apresenta-se como uma síndrome semelhante à mononucleose, com febre, linfoadenopatia, “rash” maculo-papular, linfocitose e dores musculares que persistem durante dias a semanas. A infecção congênita causa lesão cerebral, deformidades físicas e convulsões desde o nascimento. Pacientes imunodeprimidos são mais acometidos pela infecção, podendo apresentar cerebrite, coriorretinite, miocardite, sendo a toxoplasmose cerebral uma infecção oportunista freqüente em pacientes com AIDS. Altas prevalências (85%) da infecção têm sido relatadas, em vários países, devido ao consumo de carne crua ou mal cozida. Na América Central e Latina a alta prevalência é relacionada à presença de grandes quantidades de gatos abandonados em climas que favorecem a sobrevivência de oocistos. Oocistos podem sobreviver durante meses no ambiente e são resistentes a desinfetantes, congelamento e processo de secagem, mas destruídos pelo aquecimento a 70ºC por 10 minutos. O Toxoplasma gondii é transmitido ao homem por diversas maneiras: através da ingestão de carne mal cozida contendo cistos de Toxoplasma; pela ingestão de oocistos provenientes de mão contaminada por fezes ou alimento e água contaminados; transmissão transplacentária; inoculação acidental de traquizoítos ou pela ingestão de oocistos infectantes na água ou alimento contaminados com fezes de gato. Pode ocorrer transmissão através da inalação de oocistos esporulados. O período de incubação compreende 10 a 23 dias quando a infecção provém da ingestão de carne crua ou mal cozida; e de 5 a 20 dias em uma infecção associada a gatos. A ocorrência de surtos (dois ou mais casos) requer a notificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas.
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