terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ter filho hoje:uma realidade



Fecundidade


Fecundidade da mulher brasileira
(Nº médio de filhos que uma mulher teria ao final de sua idade reprodutiva)
Em 1970 a mulher brasileira tinha, em média, 5,8 filhos. Trinta anos depois, esta média era de 2,3 filhos.
Em 2000, com exceção da Região Norte, as demais Regiões apresentaram taxas de fecundidade próximas à taxa média nacional (2,3).
A Região Sudeste apresentou a menor taxa de fecundidade: 2,2 filhos por mulher.
No mundo, no final do século XX, a taxa de fecundidade era de 2,9 filhos por mulher, Nos países mais desenvolvidos esta taxa era de 1,5, e nos países menos desenvolvidos, em torno de 3,2.


Fecundidade na adolescência

A média de idade da fecundidade da mulher brasileira diminuiu acentuadamente de 1980 para 2000 em todas as regiões.
O dados do Censo 2000 indicam uma elevação da contribuição da fecundidade das mulheres mais jovens na fecundidade total, isto é, considerado o total de filhos de todas as mulheres em idade fértil, aumentou o percentual de filhos das jovens entre 15 e 19 anos nesse total.
Esta elevação se observa principalmente no Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

Mortalidade

Mortalidade total
(N° de pessoas que morrem por 1000 habitantes durante 1 ano)
A taxa de mortalidade total no Brasil apresentou um grande declínio de 1950 a 1970, e desde então vem caindo em pequenas proporções.

Mortalidade infantil
(Crianças menores de 1 ano de idade que morrem por 1000 nascidos vivos durante o período de 1 ano)
A taxa de mortalidade infantil durante os últimos dez anos do século XX apresentou uma tendência de queda em todas as regiões.

Entretanto, ainda existem grandes diferenças regionais: a taxa de mortalidade infantil da Região Nordeste, por exemplo, é cerca de duas vezes a taxa observada nas demais regiões.

Brasil no mundo: mortalidade total e infantil

Mortalidade total - Na África e na Europa encontra-se o maior número de mortes por mil habitantes.
Mortalidade infantil - A América Latina possui a terceira maior taxa de mortalidade infantil, ficando logo atrás da África e da Ásia. Essas taxas sobressaem ainda mais quando são comparadas com as da Europa e com as da América do Norte.

Desde a década de 70 vem ocorrendo uma redução na taxa de natalidade no Brasil.

Esperança de Vida
(Quantos anos, em média, espera-se que viva um recém-nascido)
Atualmente, a esperança de vida ao nascer do brasileiro é de 68 anos. Mas nem sempre foi assim...
O total de anos que, em média, os homens esperam viver não é o mesmo total de anos que em média a mulher espera viver: a esperança de vida para os homens é de 65 anos e para mulheres é de 72 anos.

Em todos os continentes a esperança de vida para as mulheres é maior do que a esperança de vida para os homens. As maiores taxas estão na América no Norte e na Europa.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

As alergias




Alergia é uma reação imunologicamente mediada pela IgE contra um antígeno estranho ( alérgeno), manifestada por inflamação tissular ou disfunção de um órgão. Hipersensibilidade alérgica por ser tanto local quanto sistêmica. Devido ao alérgeno ser ambiental ( estranho ao corpo), a pele e o trato respiratório são os órgãos mais frequentemente afetados. Reações alérgicas podem também afetar a vasculatura, trato gastrointestinal e outros órgãos viscerais. Anafilaxia é a forma mais extrema de alergia sistêmica.

Tipo I - Hipersensibilidade imunologicamente mediada pela IgE Anticorpos IgE ocupam receptores em mastócitos. Dentro de poucos minutos de exposição ao alérgeno, um antígeno multivalente se junta ( se liga) à IgE, ativando e degranulando os mastócitos. Mediadores preformados ou formados na hora são liberados, e causam vasodilatação, contração do músculo liso visceral, estimulação da secreção de muco pelas glândulas do corpo, aumento da permeabilidade vascular, levando à inflamação tissular. Metabólitos do ác. aracdônico, citocinas e outros mediadores induzem a fase tardia da resposta inflamatória que ocorre algumas horas depois. Existem 2 subgrupos de alergia IgE-mediada:
a. Atopia
É o grupo de doenças ( rinite alérgica, asma, dermatite, gastroênteropatia alérgica) que ocorre em certas pessoas com uma tendência hereditária a desenvolver anticorpos IgE contra múltiplos órgãos envolvidos com antígenos "ambientais".
b.Anafilaxia
Certos alégenos ( especialmente drogas, picada de insetos, látex e alimentos) podem induzir à resposta mediada pela IgE, causando uma generalizada liberação de mediadores pelos mastócitos e resultando em anafilaxia sistêmca. Esta é caracterizada por hipotensão ou choque pela vasodilatação total, broncoespasmo, contração uterina e gastrointestinal, urticária ou angioedema. É uma condição potencialmente fatal. e pode afetar pessoas com atopia ou não. Urticária e angioedema são formas cutâneas da anafilaxia muito comuns, e tem o melhor prognóstico.

Tipo II - Hipersensibilidade mediada por anticorpo ( citotóxica)
A reação citotóxica envolve uma reação entre IgG ou IgM contra antígeno aderido à célula (do órgão afetado). Isso tipicamente resulta em ativação da cascata do completemento e destruição da célula, a qual o antígeno está aderido. Um exemplo disto é a anemia hemolítica ou doença hemolítica ( sist. Rh) do recém nascido.
Tipo III - Hipersensibilidade mediada por imunocomplexo
Anticorpos IgG ou IgM podem formar complexos com o alérgeno, e ser depositado em tecidos, podendo ativar o complemento. Com concentração similar de anticorpo e alérgeno, a reação de Arths, uma resposta inflamatória cutânia e subcutânica (localizada), ocorrem da mesma forma que doença do soro ( uma doença sistêmica caracterizada por febre, artralgias e dermatites.

Tipo IV - Hipersensibilidade mediada por células ( linf. T) ou retardada ( tardia)
A manifestação mais comum deste tipo é a dermatite de contato, no qual o antígeno causa inflamação na derme por contato direto com a pele. A reação ocorre depois de um período latente de 1-2 dias. A pneumonite hipersensível ou alveolite alérgica é uma doença pulmonar mediada por células T.

2 - Rinite Alérgica

Sintomas e sinais
Prurido nasal( coceira), congestão nasal , rinorréia( nariz escorrendo), espirros frequentes, sintomas do trato resp. inferior : tosse crônica, chiado, dispnéia
Olhos irritados e prurido, dermatite eczematosa.
Exposição à agentes ambientais
Confirmada pela exposição à anticorpos IgE específicos em testes.
Sinais no exame físico: mucosa nasal edematosa ou inflamada, podendo estar pálida ou azulada pela congestão venosa e engorjamento vascular.

COMO EVITAR ALERGIAS
Como ficamos alérgicos?A alergia não aparece da noite para o dia. A cada vez que nosso organismo tem contato com uma substância estranha (antígeno), ele produz uma substância chamada de anticorpo. Este anticorpo se liga à determinadas células do nosso organismo e faz com que estas liberem substâncias responsáveis pelos sintomas clínicos das reações alérgicas.
O que é alérgeno?O alérgeno é o termo usado para a substância que causa reação alérgica. Alguns estão no ar como o pólen ou os fungos; outros são encontrados em alimentos como por exemplo o leite, frutos do mar ou ovo. Alguns insetos tem alérgenos em seu veneno; assim como, certas plantas possuem também substâncias alergênicas. No ambiente doméstico, os alérgenos encontrados mais freqüentemente são os tão conhecidos “ácaros”.
Existe uma predisposição para a alergia?Sabemos que crianças de pais alérgicos tem maior probabilidade de serem alérgicas. Crianças que possuem um de seus pais alérgicos tem 20 a 30% de serem alérgicas enquanto que filhos de ambos os pais alérgicos já tem uma probabilidade de 60%. Por outro lado, a alergia pode se desenvolver em qualquer fase da vida e até mesmo em pessoas sem histórico familiar; basta para isso, que a exposição deste indivíduo à determinado alérgeno ultrapasse o seu limiar de tolerância.
Quais são os diferentes tipos de alergias ?Quando a reação alérgica ocorre no sistema respiratório, podemos ter desde de uma rinite alérgica até crises asmáticas de intensidades variáveis. Quando o órgão acometido é a pele, podemos ter desde de pequenas manchas avermelhadas como reações alérgicas à picada de insetos até reações urticariformes gigantes.
Como evitar as alergias?Quando se conhece o responsável pela alergia como, por exemplo, em uma alergia alimentar, basta evitar o alimento na dieta. Quando o agente está presente no ar como a poeira ou fungos, podemos tentar reduzir o seu contato através do que chamamos de controle ambiental. Este consiste em cuidados diversos para diminuir o contato com os alérgenos no ambiente domiciliar, como por exemplo o uso de protetores plásticos de colchão e travesseiros, de pano úmido diariamente nos pisos da casa, a troca das cortinas por persianas etc. É possível também diminuir aos poucos a sensibilidade do indivíduo ao(s) alérgeno(s) através de imunoterapia (vacinas específicas) realizada com supervisão médica.
A influência do climaO inverno é a época em que mais se agrava a freqüência de crises respiratórias, incluindo a asma. O tempo mais seco diminui as defesas e secreções das vias aéreas, deixando-as mais vulneráveis aos alérgenos. O frio e o fenômeno das inversões térmicas dificultam a dispersão de poluentes do ar, o que facilita a inalação de agentes que causam alergias. Além disso, as pessoas tendem a passar mais tempo em locais .

COMO MANTER UMA BOA SAUDE
Manter um estado de boa saúde deve ser uma prioridade para todos nós; a saúde é um dos nossos bens mais preciosos, algo que infelizmente a maioria das pessoas só compreende quando se vê a braços com uma qualquer doença.
Quando somos saudáveis encaramos a vida com mais coragem, estamos mais disponíveis para os outros, somos mais sensíveis ao meio que nos rodeia. Se bem que algumas pessoas possam herdar determinados problemas constitucionais que não lhe permitem usufruir de uma vida relativamente saudável, mantermo-nos em boa forma e mesmo recuperar de problemas de saúde mais ou menos graves não é na maioria dos casos particularmente difícil.
Na realidade, o nosso corpo tem a sabedoria para se tentar manter sempre funcional, criando mecanismos de defesa e de adaptação constantes; sem a capacidade de adaptação adquirida ao longo de milhões de anos de evolução morreríamos literalmente com o ar que respiramos, a água que bebemos ou os alimentos que ingerimos; enlouqueceríamos com a quantidade de informação a que o nosso sistema nervoso está continuamente exposto. No entanto, a maioria das pessoas consegue viver razoavelmente bem e adaptar-se a imensas condições adversas, porque o organismo tende sempre a criar equilíbrio e harmonia.
Neste artigo propus-me escrever sobre aqueles que penso serem os fatores mais importantes na manutenção e recuperação da saúde, fatores esses que são bastante simples e baseados no bom senso. Acredito sinceramente que para sermos saudáveis não necessitamos de nenhuns estudos especializados nem de seguir quaisquer teorias complicadas. A saúde surge quando seguimos as leis da natureza e a doença quando as violamos, consciente ou inconscientemente.

DOENÇA EMERGENTE E REEMERGENTE
Bacillus cereus: A intoxicação alimentar por B. cereus causa principalmente diarréia e vômito, podendo causar outras manifestações clínicas como as infecções sistêmicas e piogênicas graves, gangrena, meningite séptica, celulite, abcessos pulmonares e endocardite. De ocorrência mundial, é frequentemente encontrado no solo e meio ambiente e, em baixos níveis, nos alimentos crus, secos ou processados. A transmissão ocorre por ingestão de alimentos mantidos em temperatura ambiente por longo tempo, depois de cozidos, o que permite a multiplicação dos organismos e o desenvolvimento de toxinas altamente termo-estáveis. Uma variedade de erros na manipulação de alimentos tem sido apontada como causa de surtos. O tratamento é sintomático com reposição hidro-eletrolítica nos casos mais graves.

Salmonella Enteritidis: É um enteropatógeno bacteriano do gênero Salmonella, pertencente à família Enterobacteriaceae e sorotipo Enteritidis. Existem atualmente 2324 sorotipos de Salmonella dos quais 1367 pertencem à subespécie enterica. Os sintomas são: febre, cólicas abdominais e diarréia com duração média de 4 a 7 dias e geralmente auto-limitada. Em pacientes idosos, crianças, gestantes e pessoas imunodeprimidas, a doença pode ser mais grave, causando artrite, cistite, meningite, endocardite, pericardite, pneumonia e septicemia, podendo chegar a óbito. É altamente resistente a importantes antibióticos. Freqüentemente encontrada no trato intestinal de animais, domésticos e selvagens, é muito comum em frangos e ovos. No caso dos ovos, a contaminação pode ocorrer tanto pela casca infectada quanto pelo ovo intacto, através da transmissão intraovariana. A SE, dentre as bactérias, é a que mais freqüentemente causa surtos, devido à ingestão principalmente de pratos à base de ovos crus ou mal cozidos.

Cólera: Doença infecciosa, aguda e transmissível, caracterizada, em sua forma mais evidente, por diarréia aquosa e súbita. O agente etiológico é o Vibrio cholerae, bactéria que pode sobreviver no meio ambiente, em rios de alta salinidade ou nas águas litorais. É transmitida principalmente pela contaminação fecal da água ou alimentos, sendo os mariscos crus ou mal cozidos fonte de contaminação da cólera. Aproximadamente uma em cada 20 pessoas infectadas pode ter a doença grave, caracterizada por diarréia aquosa abundante, vômitos e cãibras nas pernas, com perda rápida dos líquidos do corpo, desidratação grave, prostração e morte, na ausência de tratamento adequado, com a restituição imediata de líquidos e sais minerais perdidos. Permaneceu em níveis epidêmicos e/ou endêmicos em vários estados do Nordeste até o ano de 2001 e é endêmica e/ou epidêmica em países do subcontinente Indiano e da África subsaariana. No estado de São Paulo, o último caso (importado) foi registrado em 1999.

Salmonella typhi/Febre Tifóide: A FT é uma doença bacteriana aguda, causada pela S. typhi, de gravidade variável que se caracteriza por febre, mal-estar, cefaléia, náusea, vômito e dor abdominal, podendo ser acompanhada de erupção cutânea. O período de incubação varia geralmente de 1 a 3 semanas. A via de transmissão é fecal oral, na maioria das vezes, através de água não tratada ou de alimentos contaminados por portadores, durante o processo de preparação e manipulação. Persiste de forma endêmica, em algumas regiões do Norte e Nordeste do Brasil. No estado de São Paulo, o coeficiente de incidência caiu vertiginosamente a partir da segunda metade da década de 70, quando atingia níveis em torno de 3 a 4 casos por 100.000 habitantes. Na última década este índice tem se mantido sempre abaixo de 0,1. O ESP não apresentava óbitos pela doença desde o ano de 1996, óbito ocorrido no município de Agudos. No entanto, no ano de 2004 foi registrado um óbito no município de Guarujá e em 2005, mais um óbito no município de Carapicuíba.

Listeria monocytogenes/ Listeriose: Causa sintomas como náusea, vômitos, diarréia, podendo evoluir para septicemia, meningite, encefalite, infecção cervical ou intra-uterina em gestantes, as quais podem provocar aborto (no segundo ou terceiro trimestre) ou nascimento prematuro. Outros danos podem ocorrer como endocardite, lesões granulomatosas no fígado e outros órgãos, abscessos internos ou externos, e lesão cutânea papular ou pustular. Essas desordens comumente são precedidas por sintomas semelhantes ao da gripe com febre persistente. A taxa de letalidade em recém-nascidos é de 30%; em adultos (sem gravidez) é de 35%; em torno de 11% para <> 60 anos. Quando ocorre septicemia, a taxa de letalidade é de 50% e com meningite pode chegar a 70%. O principal reservatório do organismo é o solo, lodo, forragem e água. É resistente aos efeitos do congelamento, secagem e calor, ainda que seja uma bactéria não formadora de esporos. Queijos em processo de maturação, sorvetes, água, vegetais crus, patês de carnes, molhos de carne crua fermentada, aves crus ou cozidos, peixes (inclusive defumados) e frutos do mar podem constituir meio para o seu crescimento e são freqüentemente a causa de surtos. No Brasil é subdiagnosticada e subnotificada. Infecções assintomáticas provavelmente ocorram em todas as idades, embora, sejam de importância, apenas na gravidez.
Hepatite A: Inicia-se, de forma abrupta, de 15 a 50 dias, em média 28 a 30 dias, após o contato com o vírus. Caracteriza-se por febre, mal estar, anorexia, náusea, desconforto abdominal e icterícia. Pode ser assintomática ou leve, com duração de 1 a 2 semanas, ou mais grave, durando meses (situação rara). A severidade, em geral, está relacionada à idade. A taxa de letalidade é baixa. A transmissão é via fecal-oral, por contato pessoa-a-pessoa, água não tratada e alimentos contaminados por manipuladores. Vários tipos de alimentos podem ser incriminados, inclusive, os cozidos, se contaminados pelo preparador após o cozimento. Alimentos crus, como frutas, verduras e mariscos podem transmitir a doença, se foram cultivados com água contaminada. Com a melhoria de medidas sanitárias em muitas partes do mundo observa-se que os adultos jovens tornam-se suscetíveis e os surtos estão aumentando, principalmente em creches, e seus contatos domiciliares. Em cerca de 25% dos surtos não se consegue identificar a fonte de infecção. Entre os anos de 1998 até o presente 2005, foram notificados no ESP, 236 surtos envolvendo 3.122 doentes. A vacina é uma importante perspectiva para o controle em áreas críticas.

Poliomielite: Doença viral aguda; manifesta-se por infecções inaparentes ou quadro febril inespecífico, meningite asséptica, formas paralíticas e morte. As formas paralíticas representam 1 a 1,6% dos casos e possuem características típicas: paralisia flácida de início súbito, em geral nos membros inferiores, de forma assimétrica; diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada; sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido e persistência de alguma paralisia residual após 60 dias do início da doença. A transmissão pode ser de pessoa-a-pessoa, através de secreções nasofaríngeas, ou de objetos, alimentos, água etc., contaminados com fezes de doentes ou portadores. O período de incubação varia de 2 a 30 dias (em geral, 7 dias). Demonstra-se a presença do poliovírus nas secreções faríngeas e nas fezes, respectivamente 36 e 72 horas após a infecção, tanto nos casos clínicos quanto nas formas assintomáticas. O vírus persiste na garganta cerca de uma semana e, nas fezes, por 3 a 6 semanas. A “paralisia infantil” foi uma doença de alta incidência no país, deixando centenas de deficientes físicos. Em 1989, registrou-se o último caso, após um período de realização de grandes campanhas vacinais e vigilância epidemiológica, desenvolvidas desde 1980, quando, em 1994, o país recebeu o “Certificado de Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem nas Américas”. A partir de então, o país assumiu o compromisso de manter altas coberturas vacinais e uma vigilância epidemiológica ativa de todo quadro de paralisia flácida aguda (PFA), possibilitando, assim, a identificação imediata da reintrodução do poliovírus, e a adoção de medidas de controle para impedir sua disseminação. Entretanto, o poliovírus continua circulando na Ásia e África, o que impõe a manutenção de uma vigilância ativa para impedir sua reintrodução nas áreas erradicadas, como o que ocorreu em 2003 e 2004, devido à epidemia africana: além de se espalhar no país com casos devido à baixa cobertura vacinal, o vírus reinfectou outros países que estavam sem casos de pólio desde 1995. Até o momento, 16 países apresentaram casos derivados da importação do vírus, destes, seis tiveram a transmissão restabelecida: Sudão, Mali, Burkina Faso, Chad, República Africana Central e Costa do Marfim. Em 2004, 1265 casos de poliomielite foram confirmados no mundo, em comparação com os 784 de 2003, quando o número de países endêmicos eram seis (Nigéria, Niger, Egito, Paquistão, Afeganistão e Índia), com os 125 países em 1988 e um número de casos de 350.000. Atualmente, o mundo registra 1163 casos confirmados, um importante risco de disseminação do poliovírus frente à vulnerabilidade promovida pela intensa mobilização das populações.

Rotavírus: É um RNA vírus da família dos Reoviridae, do gênero Rotavírus, classificado sorologicamente em grupos, subgrupos e sorotipos. Até o momento 7 grupos foram identificados: A, B, C, D, E, F e G, ocorrendo em diversas espécies animais, sendo que os grupos A, B, e C são associados a doença no homem. A infecção pelo rotavírus varia de um quadro leve, com diarréia aquosa e duração limitada à quadros graves com desidratação, febre e vômitos, podendo evoluir a óbito. Praticamente todas as crianças se infectam nos primeiros 5 anos de vida, mesmo nos países em desenvolvimento, mas os casos graves ocorrem principalmente na faixa etária de 3 a 35 meses. Estima-se que essa doença no ESP seja responsável por cerca de 10% a 20% de todos os episódios diarréicos em crianças menores de 5 anos. È causa freqüente de hospitalização, atendimentos de emergência e consultas médicas, sendo responsável por consideráveis gastos médicos. Via de transmissão fecal-oral, por contato pessoa-a-pessoa, por fômites, pela água e alimentos contaminados, os rotavírus são isolados em alta concentração em fezes de crianças infectadas. A diarréia é caracteristicamente aquosa, com aspecto gorduroso e explosiva, durando de 4 a 8 dias. Em geral a doença é auto limitada, com tendência a evoluir espontaneamente para a cura, o fundamental do tratamento é prevenir a desidratação e distúrbios hidreletrolíticos. Em 2006, a vacina contra rotavírus será incorporada no Calendário Nacional de Vacinação Infantil.

Norwalk virus/Norovirus: O vírus Norwalk, espécie do gênero Norovírus e da família Caliciviridae, é o protótipo de uma família de pequenas estruturas virais (SRSVs) classificadas como calicivirus. A família consiste de vários grupos de vírus distintos sorologicamente que foram nomeados pelos lugares onde os surtos aconteceram. Causa gastroenterite auto-limitada, caracterizada por náusea, vômito, diarréia e dor abdominal. Cefaléia e febre baixa podem ocorrer. A dose infectante é desconhecida, mas presume-se ser baixa. Doença moderada e breve, normalmente se desenvolve 24-48 horas após ingestão de alimento ou água contaminada e dura de 24-60 horas. A transmissão provável é via fecal-oral, embora a transmissão por ar e contato com fômites parece explicar a rápida disseminação em hospitais e outras comunidades fechadas. Surtos recentes apontam para a importância dos frutos do mar e água, com transmissão secundária para os membros da família. O ser humano é o único reservatório conhecido. Na maioria das vezes, ocorre em surtos, de importantes proporções, afetando grupos de todas as idades. Em países em desenvolvimento a porcentagem de indivíduos que desenvolveram imunidade nas idades jovens é alta.

Giardia lamblia/Giardíase: È um protozoário, também chamado de Giárdia intestinalis, causador de doença diarréica. Os indivíduos com o parasita podem apresentar quadro de diarréia crônica, esteatorréia, cólicas abdominais, sensação de distensão, perda de peso e desidratação. Pode haver má absorção de gordura e de vitaminas lipossolúveis. Algumas infecções são assintomáticas. A infecção ocorre pela ingestão de cistos em água ou alimentos contaminados ou pessoa-a-pessoa através do mecanismo mão-boca. Acredita-se que os indivíduos assintomáticos sejam mais importantes na transmissão da doença. O período de incubação varia de 5 a 25 dias, com uma média de 7 a 10 dias. Concentrações de cloro utilizadas para o tratamento da água não matam os cistos da Giardia, especialmente se a água for fria; água não filtrada proveniente de córregos e rios expostos à contaminação por fezes dos seres humanos e dos animais constitui uma fonte de infecção comum. As giardíases possuem distribuição mundial, sendo que a prevalência é maior em áreas com saneamento básico deficiente e em instituições com crianças que não possuem ainda controle de seus esfíncteres. Somente os surtos são de notificação obrigatória.

Toxoplasma : Infecção geralmente assintomática; nos quadros agudos apresenta-se como uma síndrome semelhante à mononucleose, com febre, linfoadenopatia, “rash” maculo-papular, linfocitose e dores musculares que persistem durante dias a semanas. A infecção congênita causa lesão cerebral, deformidades físicas e convulsões desde o nascimento. Pacientes imunodeprimidos são mais acometidos pela infecção, podendo apresentar cerebrite, coriorretinite, miocardite, sendo a toxoplasmose cerebral uma infecção oportunista freqüente em pacientes com AIDS. Altas prevalências (85%) da infecção têm sido relatadas, em vários países, devido ao consumo de carne crua ou mal cozida. Na América Central e Latina a alta prevalência é relacionada à presença de grandes quantidades de gatos abandonados em climas que favorecem a sobrevivência de oocistos. Oocistos podem sobreviver durante meses no ambiente e são resistentes a desinfetantes, congelamento e processo de secagem, mas destruídos pelo aquecimento a 70ºC por 10 minutos. O Toxoplasma gondii é transmitido ao homem por diversas maneiras: através da ingestão de carne mal cozida contendo cistos de Toxoplasma; pela ingestão de oocistos provenientes de mão contaminada por fezes ou alimento e água contaminados; transmissão transplacentária; inoculação acidental de traquizoítos ou pela ingestão de oocistos infectantes na água ou alimento contaminados com fezes de gato. Pode ocorrer transmissão através da inalação de oocistos esporulados. O período de incubação compreende 10 a 23 dias quando a infecção provém da ingestão de carne crua ou mal cozida; e de 5 a 20 dias em uma infecção associada a gatos. A ocorrência de surtos (dois ou mais casos) requer a notificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas.
WWW.MEDSTUDENTS.CPOM.BR/WWW.PHADIA.COM.BR/WWW.COPACABANA.COM.BR

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A Civilação Egípcia




Civilização Egípcia


Uma das civilizações mais importantes da história Antiga. Desenvolveu-se na região do Crescente Fértil, mais exatamente no nordeste da África, uma região caracterizada pela existência de desertos e pela vasta planície do rio Nilo. A parte fértil do Egito é praticamente um oásis muito alongado, proveniente das aluviões depositadas pelo rio. Nas montanhas centrais africanas, onde o Nilo nasce, caem abundantes chuvas nos meses de junho a setembro provocando inundações freqüentes nas áreas mais baixas ( O “Baixo Nilo”). Com a baixa do Nilo o solo libera o humo, fertilizante natural que possibilita o incremento da agricultura. Para controlar as enchentes e aproveitar as áreas fertilizadas, os egípcios tiveram de realizar grandes obras de drenagem e de irrigação, com a construção de açudes e de canais , o que permitiu a obtenção de várias colheitas anuais. Dada esta característica natural, o historiador grego Heródoto de halicarnasso dizia que “O Egito é uma dádiva do Nilo”. Leitura preconceituosa, que tende a desprezar o empenho, o denodo e a competência técnica da civilização egípcia que aprendeu a utilizar as cheias e vazantes do rio a seu favor. O Egito, inicialmente, estava dividido num grande número de pequenas comunidades independentes: os nomos que por sua vez eram liderados pelos nomarcas. Essas comunidades uniram-se e formaram dois reinos: o Alto e o Baixo Egito. Por volta de 3200 a.C., o rei do Alto Egito, Menés, unificou os dois reinos. Com ele nasceu o Estado egípcio unificado, que se fortaleceu durante seu governo com a construção de grandes obras hidráulicas, em atendimento aos interesses agrícolas da população. Menés tornou-se o primeiro faraó e criou a primeira dinastia. Os egípcios adoravam o faraó como a um Deus, a quem pertenciam todas as terras do país e para quem todos deveriam pagar tributos e prestar serviços, característica típica do Modo de Produção Asiático. O governo do faraó era uma monarquia teocrática, ou seja, uma monarquia considerada de origem divina. Como chefe político de um Estado poderoso, o faraó tinha imenso poder sobre tudo e sobre todos. Na prática era obrigado a obedecer às leis, muitas das quais haviam sido criadas séculos antes da unificação dos nomos, o que limitava em parte os seus poderes.


ANTIGO IMPÉRIO (3200 a.C. a 2300 a. C.)


Um Estado pacifista e dedicado à construção de Obras de drenagem e irrigação, que impulsionaram o desenvolvimento da agricultura. Foram construídas as célebres pirâmides de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos. A autoridade do faraó é enfraquecida pela ação dos nomarcas, apoiada pela nobreza.


MÉDIO IMPÉRIO (2100 a.C. a 1750 a. C. )


Os faraós reconquistaram o poder. Príncipes do Alto Egito restauraram a unidade política do Império e estabeleceram em Tebas a nova Capital. A massa camponesa, através de revoltas sociais, conseguiu o atendimento de algumas reivindicações, como por exemplo a concessão de terras, a diminuição dos impostos e o direito de ocupar cargos administrativos até então reservados às camadas privilegiadas. O Médio Império chega ao fim com a invasão dos hicsos, um povo de origem asiática. Os hebreus retirando-se da Palestina, chegaram ao Egito; mas foram os hicsos que criaram maiores dificuldades. Com cavalos e carros de combate que os egípcios desconheciam, dominaram o país e instalaram-se no delta do Nilo permanecendo na região aproximadamente dois séculos.


NOVO IMPÉRIO (1580 a.C. a 525 a. C. )


O período iniciou-se com a expulsão dos hicsos e foi marcado por numerosas conquistas. Outra característica fundamental deste período foi o expansionismo e o poderio militar, pois a luta contra o invasor desenvolvera no egípcio um espírito militar conquistador. No governo de Tutmés III, o domínio egípcio chegou a se estender até o rio Eufrates, na Mesopotâmia. No século XIV a. C., Amenófis IV, casado com a rainha Nefertite, empreendeu uma revolução religiosa e política, substituindo os deuses tradicionais por Aton, simbolizado pelo disco solar. Esta medida visava diminuir o poder dos sacerdotes que acabaram por fim expulsos. Amenófis IV passou a se chamar Aquenaton que significa supremo sacerdote do novo deus. Seu sucessor Tutancâmon, restaurou o culto aos deuses tradicionais e pôs fim à revolução. O governo do faraó Ramsés II (1320 - 1232 a. C.) enfrentou novo obstáculo, como a invasão dos hititas. Inimigos ameaçavam as fronteiras; a resistência era enfraquecida pela rivalidade entre o faraó e grandes senhores enriquecidos pela guerra. Por volta do século VII a. C. os assírios invadiram o país. Em 525 a. C., o rei persa Cambises derrotou o faraó Psamético III, colocando fim à independência egípcia. Os povos do Nilo seriam ainda dominados pelos gregos e, a partir de 30 a. C., pelos romanos.
Quem é quem no EgitoFaraó - soberano todo poderoso, considerado deus vivo, filho de deuses e intermediário entre estes e os homens. Era objeto de culto e sua pessoa era sagrada. O faraó tinha autoridade absoluta: concentrava em si os poderes político e espiritual. Ele ocupava o topo da hierarquia social, filho de Amon-Rá, o deus-sol, e encarnação de Hórus, o deus-falcão. Por isso, esse governo é chamado de teocrático.
Nobres - proprietários de grandes domínios, ocupavam também os principais postos do exército. Esta camada era formada por familiares do faraó, altos funcionários do palácio, oficiais superiores do exército e chefes administrativos.
Sacerdotes - muito cultos, enriqueciam com oferendas feitas pelo povo aos deuses. Eram dispensados do pagamento de impostos e eram proprietários de muitas terras. A função sacerdotal era lucrativa e honrosa, passando de pai para filho. Os sacerdotes tinham a cabeça raspada e uma de suas funções era transmitir as respostas das divindades às perguntas dos fieis. Escribas - se encarregavam da cobrança dos impostos, da organização escrita das leis e de decretos e da fiscalização da atividade econômica em geral.
Soldados - viviam dos produtos dados em pagamento pelos serviços e dos saques realizados durante as guerras. Nunca atingiam os postos de comando, pois eram reservados à nobreza. Artesãos - trabalhadores que exerciam diferentes ofícios e que eram geralmente contratados por empreiteiros de grandes obras. Trabalhavam como pedreiros, carpinteiros, desenhistas, escultores, pintores, tecelões, ourives etc. Eles exerciam suas atividades nas grandes obras públicas recebendo em troca apenas alimento.
Camponeses - compunham a maior parte da população, viviam submetidos a uma violenta repressão por parte da camada dominante, que a ameaçava constantemente com exércitos profissionais para forçá-la a pagar impostos. Trabalhavam nas propriedade do faraó e dos sacerdotes e tinham o direito de conservar para si uma parte dos bens por eles produzidos. Escravos - originários da escravidão por dívidas e da dominação de outros povos através das conquistas militares. Faziam os serviços domésticos ou trabalhavam nas pedreiras e nas minas. Na sociedade egípcia desenvolveu-se o chamado modo de produção asiático, em que todas as terras pertenciam ao Estado e os camponeses das aldeias tinham o direito de cultivar o solo desde que pagassem um imposto coletivo. Esse imposto era pago com cereais, que eram estocados nos armazéns reais. Nessa sociedade, a base da economia era a agricultura. Cultivavam-se principalmente trigo, cevada, frutas, legumes, linho e algodão. Dentre outras atividades destacamos o comércio a indústria artesanal de tecidos e de vidro, a construção de navios, a cerâmica e a criação de bois, carneiros, cabras, asnos etc. O Estado intervinha na economia controlando a produção, recrutando mão-de-obra e cobrando impostos.
Religiosidade
Quanto a religiosidade, os egípcios eram politeístas, isto é, adoravam vários deuses, inclusive alguns animais, como o gato, o boi e o crocodilo, que eles consideravam sagrados. Além de ser politeísta, era também antropozoomórfica, pois os deuses eram representados geralmente pela figura humana e animal. A religião dos antigos egípcios passou por várias etapas: de um simples politeísmo para a mais recuada expressão conhecida de monoteísmo, retornando depois ao politeísmo. Durante o período do Antigo Reino, o culto do sol, corporificado na adoração de Rá foi o sistema dominante de crença. Servia como religião oficial cuja função principal era dar imortalidade ao Estado e ao povo, coletivamente. Para os egípcios, a morte apenas separava o corpo da alma. A vida poderia durar eternamente, desde que a alma encontrasse no túmulo o corpo destinado a servir-lhe de moradia. Era preciso então, conservar o corpo, e para isso os egípcios se aperfeiçoaram na técnica da mumificação. A história de Osíris, Ísis e Hórus ilustra bem este aspecto. A ela, portanto: A Criação do Mundo e os Deuses Egípcios No princípio era o Caos (Nun), o oceano primordial, dentro do qual se ocultava Atum, escondido num botão de lótus. Inesperadamente ele apareceu sobre o Caos como Rá (Sol) e criou dois filhos divinos: Chu, deus do Ar, e Tefnet, deusa da Umidade (Não da chuva, inexistente no Egito...). Deste casal nasceram Gheb, deus da Terra, e Nut, deusa do Céu, que por sua vez deram à luz dois filhos, Osíris e Seth, e duas filhas, Ísis e Néftis. Rá era também o divino soberano dos homens; quando envelheceu, deixou o trono a favor de Chu e Tefnet, avós de Osíris e Ísis, cujo filho foi Hórus. Estes últimos três deuses, que constituem a primeira Trindade entre tantas que se seguiram, eram de certo modo os deuses nacionais, venerados em todo o país. E as suas façanhas podem ser consideradas o poema nacional dos egípcios. Poema, entretanto, que jamais foi escrito. Foi Plutarco, em sua Obra “Ísis e Osíris”, quem nos esta belíssima narrativa, que pode ser resumida assim: Cerca de 13.500 anos antes do reinado de Menés, Osíris era um mítico rei-deus dos habitantes do Nilo; soberano benéfico, induziu os seus selvagens súditos a viver em paz, a não destruir-se mutuamente e a abandonar a aventureira vida nômade. Para este fim, ensinou-lhes a trabalhar a terra, a cultivar as parreiras e a obter delas o vinho, bem como a cevada, para extrair a cerveja. Ensinou-lhes como forjar os metais e as armas para defender-se das feras, convenceu-os a viver em comunidade e a fundar cidades. Ísis, a irmã-esposa, por sua vez, curava as suas doenças, expulsava os espíritos malignos com magias; fundou a família, ensinou os homens a fazer o pão e as mulheres a tecer, a bordar, etc. Em suma, inventaram a civilização. O Egito se viu, assim, na Idade do Ouro. Tot era o Deus das ciências, companheiro e amigo de Osíris. A ele coube a tarefa de ensinar aos egípcios ler e escrever. Não satisfeito só com isto, Osíris quis levar a sua benéfica missão também ao resto do mundo e, durante sua ausência, confiou a regência do trono a Ísis. Mas eis que seu irmão Seth, excluído do trono por ser o segundo filho, planejou logo uma trama para usurpá-lo; mas a vigilante Ísis enganou-o, neutralizando assim toda a manobra. Osíris regressa da viagem, concluída com êxito, em companhia de Tot e de Anúbis (Deus dos mortos). Seth, o traidor, exatamente o oposto de Osíris, trama uma terrível artimanha: oferece uma festa em homenagem ao irmão, e durante o banquete mostra aos convidados um escrínio finamente adornado e realçado com gemas e, brincando, proclama que o presentearia a quem entrasse nele e o ocupasse exatamente com o próprio corpo (tinha-o mandado fazer sob medida para Osíris, que era de grande estatura). Todos os convidados admiraram a preciosidade da obra e desejaram tê-la; então cada um experimentou para ver se seu corpo cabia dentro, mas o escrínio resultava sempre demasiadamente grande. Enfim, chegou a vez do rei, cuja estatura se adaptou perfeitamente. Seth, rapidamente, com os seus cúmplices, fecha a tampa, lacra-a com chumbo e lança o escrínio no rio Nilo. Apavorados, os deuses tomaram formas de animais para fugir da estúpida sorte. Desesperada, Ísis arrancou as roupas, e com a ajuda de Tot conseguiu fugir e partiu à procura dos restos mortais do esposo para dar-lhe ao menos uma sepultura digna. Era escoltada por sete escorpiões venenosos, terrível guarda do corpo. Chegou cansada à cidade de Pa-sin; mas, vestida em trapos e esgotada como estava, não encontrou hospedagem (talvez também por causa da pouco recomendável comitiva). Uma senhora fechou-lhe ostensivamente a porta na cara. Os sete escorpiões consultaram-se entre si sobre a maneira de vingar o insulto à deusa e, um a um, aproximando-se de sua líder, Tefen, injetaram-lhe todo o veneno. Tefen entrou na casa da irreverente senhora, encontrou o seu filho e picou-º O poder do veneno era tanto que a casa incendiou-se. Uma misericordiosa e humilde camponesa, de nome Taha, teve pena daquele rosto petrificado pela dor e acolheu Ísis. A outra, que se chamava Usa, não encontrou uma gota d’água para apagar o incêndio; desesperada e com a criança morrendo nos braços, vagava à procura de ajuda, mas não encontrou ninguém que a socorresse. Então Ísis teve pena dela: ordenou ao veneno que não atuasse e a criança sarou logo, enquanto uma chuva milagrosa apagava o incêndio. O céu estava sereno; Usa arrependeu-se e compreendeu que se achava diante de um ser sobrenatural e ofereceu presentes a Ísis, implorando-lhe o perdão. Ísis continuou a andar entre as inúmeras emboscadas que os espíritos malignos, a serviço de Seth, lhe armavam no caminho. Nos arredores de Tânis ficou sabendo, por intermédio de algumas crianças, que o escrínio, na correnteza daquele braço do Nilo, havia chegado ao mar. Desesperada, caminhou até chegar a Biblos, na Fenícia; lá ficou sabendo que o esquife fora parar no meio dos arbustos, os quais, em contato com o corpo divino, transformaram-se numa esplêndida acácia que encerrou o escrínio em seu tronco. O rei de Biblos, ao ver a estranha árvore, ordenou que a cortassem para fazer dela uma coluna no seu palácio. Assim, todas as noites Ísis ia à cidade e transformava-se numa andorinha que esvoaçava em torno da coluna, lançando estrídulos pungentes, mas ninguém parecia notar. Finalmente, resolveu agir: passou perto da fonte e quando as criadas da rainha foram apanhar água, começou a conversar, depois a penteá-las, a oferecer perfumes, e as criadas ficaram muito contentes. A rainha quis conhecê-la, e em pouco tempo caiu nas suas graças e foi nomeada governanta do príncipe. Todas as noites, depois de assumir sua forma de andorinha, chorava penosamente. Uma noite a rainha quis certificar-se de que a criança dormia e entrou em seu quarto, onde se deparou com com uma situação aterradora: Ísis amamentava o bebê com a ponta do indicador e seu berço estava rodeado por chamas e, aos pés da cama, sete escorpiões montavam guarda. Gritou, perplexa; o rei e os guardas socorreram-na, enquanto Ísis, com um simples sinal, apagava as chamas. A Deusa então revelou-se e repreendeu a rainha; grata pela hospitalidade, tinha decidido tornar o príncipe imortal e, por esta razão, todas as noites o imergia nas chamas purificadoras. Mas infelizmente agora o encanto não fazia mais efeito. Com isso a rainha ficou profundamente entristecida, e o rei, sentindo-se honrado por ter acolhido uma Deusa, prometeu-lhe o que quisesse. Ísis, naturalmente, pediu ao rei a grande coluna de onde tirou o escrínio e encheu o tronco de perfumes, envolveu-o com faixas perfumadas e deixou-o ao rei e ao seu povo como lembrança e relíquia preciosa. Retomou o caminho de volta escoltada por dois filhos do rei, mas não resistiu por muito tempo: ordenou que a caravana fizesse uma parada e abriu a caixa. Quando apareceu o rosto do marido, os seus gritos de dor encheram o ar de um espanto tão grande que um dos filhos do rei ficou louco. Já outro teve menos sorte: Ísis tinha-se inclinado chorando sobre o rosto querido e o jovem a observava, ignorante e curioso. A Deusa percebeu e lançou-lhe um olhar tão forte que ele caiu morto. Tendo assim ficado sozinha, Ísis tentou de tudo, empregou em vão todas as fórmulas mágicas para trazer seu esposo de novo à vida; transformou-se me falcão e, agitando sobre ele as asas para procurar restituir-lhe o sopro de vida, milagrosamente ficou fecundada. Chegando ao Egito, escondeu o esquive num lugar solitário perto de Buto, entre os emaranhados pântanos do Delta que o protegiam contra os perigos. Mas, por acaso, Seth o encontrou, quando numa noite caçava ao claro da lua. Abriu o ataúde e viu os restos mortais do irmão. Ficou furioso e despedaçou-o, dividindo-o em quatorze partes que foram espalhadas pelo Egito. A infeliz Ísis, com o novo suplício, recomeçou a piedosa procura dos restos fúnebres, e depois de imensas fadigas conseguiu reconstituí-los (exceto o membro viril, devorado por um ossirinco, uma espécie de esturjão do Nilo). Nos lugares em que os restos foram encontrados, surgiram capelas, e mais tarde templos, nos quais se realizavam peregrinações chamadas “Da procura de Osíris”. Recomposto o corpo, Ísis chamou para junto de si a irmã preferida, Néftis (esposa inocente do perverso Seth), Tot e Anúbis. E, com a ciência herdada de Osíris, juntos envidaram todos os esforços para restituir-lhe a vida. Anúbis embalsamou o corpo, que foi enfaixado e recoberto de talismãs (surgiu assim a primeira múmia). Nas paredes do sepulcro, em Abidos, foram gravadas as fórmulas mágicas rituais. Junto ao sarcófago foi colocada uma estátua idêntica ao defunto. Assim Osíris ressuscitou, mas não pode reinar mais sobre esta terra e tornou-se rei do “Lugar que fica além do Horizonte ocidental”, que transformou, de um lugar triste e escuro, numa chácara fértil e rica de colheitas. Realizado o rito do sepultamento, Ísis voltou a esconder-se nos pantanais para proteger-se, e principalmente o filho que esperava, contra as vinganças de Seth. Quando Hórus nasceu a mãe guarneceu-o com todo o amor, invocou sobre ele ajuda de todos os deuses e depois lhe ensinou a magia e educou-o em memória do pai. Hórus cresceu. “Como o sol nascente, seu olho direito era o sol, o esquerdo, a lua”, e ele próprio era um grande falcão que cortava os céus. Quando ficou maior, Osíris voltou à terra para fazer dele um soldado. Então Hórus reuniu todos os fiéis do rei traído e partiu à procura de Seth, para vingar a morte do pai. A ferrenha batalha durou três dias e três noites; Seth e seus fiéis transformaram-se nos mais terríveis e estranhos animais para fugir à derrota. Hórus mutilou Seth, mas este se transformou num grande porco preto e devorou o olho esquerdo de Hórus. Assim a lua parou de brilhar e a humanidade ficou atônita. No fim, Seth estava prestes a sucumbir, quando Ísis interveio, suplicando ao filho que desse fim ao massacre, afinal, Seth era seu irmão e marido de sua irmã predileta, Néftis. Num ímpeto de ódio, Hórus decepou a cabeça da mãe. Tot curou-a logo, colocando em lugar da sua, uma cabeça de vaca. A batalha recomeçou e durou indefinidamente, sem vencedores nem vencidos. Tot, que curou Seth, intrometeu-se autoritariamente, mas impôs-lhe que restituísse o olho de Hórus. Então a lua voltou a brilhar. Vieram então os Deuses e levaram a questão ao julgamento de Tot. Foi um processo que durou oitenta anos. Seth acusou Hórus de não ser filho de Osíris, tendo nascido depois da morte do citado pai. Hórus refutou a acusação, tachando Seth de má fé, enfim, o Divino Tribunal sentenciou que Hórus ficaria com o reino do Baixo Egito e Seth com o Alto Egito.
Arte
A principal arte desenvolvida no Egito Antigo foi a arquitetura. Marcada pela religiosidade, a arquitetura voltou-se para a construção de belos e grandes templos, como os templos de Karnac, Luxor e Abu-Simbel, e de gigantescas pirâmides como as de Quéops, Quéfren e Miquerinos. A escultura atingiu o auge com a construção de monumentos de grandes estátuas de faraós. A escrita egípcia, conhecida como hieroglífica, foi criada no período pré-dinástico e era monopólio e privilégio dos sacerdotes e dos escribas. Ao longo do tempo, surgiram no Egito dois outros tipos de escrita: a escrita hierática e a demótica. A hierática foi uma simplificação da hieroglífica, mas seu uso ligava-se ainda a religião e ao poder, e a demótica era a escrita popular.
Ciência
No campo das ciências os egípcios desenvolveram principalmente a aritmética, a astronomia e a medicina. A ciência procurava resolver problemas práticos, como controle das inundações, construção do sistema hidráulico, preparação da terra, combate as doenças etc. Preocupados com os fenômenos da natureza, os egípcios ao desenvolver a astronomia, criaram um calendário baseado no movimento do sol. Por esse calendário, o ano era dividido em 12 meses de 30 dias e mais 5 dias de festas, que eram adicionados no final para completar os 365 dias anuais. O estudo da civilização egípcia, da antiguidade aos nossos diasAs origens da antiga civilização egípcia não podem ser definidas com precisão. A descrição do desenvolvimento da civilização egípcia se baseia nas descobertas arqueológicas de ruínas, tumbas e monumentos.Os hieróglifos proporcionaram importantes dados.A história egípcia, até a conquista de Alexandre III, o Magno, se divide nos impérios antigo, médio e novo, com períodos intermediários, seguidos pelos períodos tardio e dos Ptolomeus.As fontes arqueológicas mostram o nascimento, por volta do final do período pré-dinástico (3200 a.C.), de uma força política dominante que, reunindo os antigos reinos do sul (vale) e do norte (delta), se tornou o primeiro reino unificado do antigo Egito. Durante a I e II Dinastias (3100-2755 a.C.), algumas das grandes mastabas (estruturas funerárias que antecederam às pirâmides) foram construídas em Sakkarah e Abidos.O Império Antigo (2755-2255 a.C.) compreende da III à VI Dinastias. A capital era no norte, em Menfis, e os monarcas mantiveram um poder absoluto sobre um governo solidamente centralizado. A religião desempenhou um papel importante, como fica evidenciado pela riqueza e número dos templos; de fato, o governo tinha evoluído para um sistema teocrático, no qual o faraó era considerado um deus na terra, razão pela qual gozava de poder absoluto.A IV Dinastia começou com o faraó Snefru que, entre outras obras significativas, construiu as primeiras pirâmides em Dahshur. Snefru realizou campanhas na Núbia, Líbia e o Sinai. Foi sucedido por Queóps, que erigiu a Grande Pirâmide em Gizé. Redjedef, filho de Queóps (reinou em 2613-2603 a.C.), introduziu uma divindade associada ao elemento solar (Rá) no título real e no panteão religioso. Quéfren e Miquerinos, outros membros da dinastia, construíram seus complexos funerários em Gizé.Com a IV Dinastia, a civilização egípcia conheceu o auge do seu desenvolvimento, que se manteve durante as V e VI Dinastias. O esplendor manifestado nas pirâmides se estendeu para numerosos âmbitos do conhecimento, como arquitetura, escultura, pintura, navegação, artes menores, astronomia (os astrônomos de Menfis estabeleceram um calendário de 365 dias) e medicina.A VII Dinastia marcou o começo do Primeiro Período Intermediário. Como conseqüência das dissensões internas, as notícias sobre a VII e VIII Dinastias são bastante obscuras. Parece claro, no entanto, que ambas governaram a partir de Menfis e duraram apenas 25 anos. Nesta época, os poderosos governadores provinciais tinham o controle completo de seus distritos e as facções no sul e no norte disputaram o poder. Os governadores de Tebas conseguiram estabelecer a XI Dinastia, que controlava a área de Abidos até Elefantina, perto de Siene (hoje Assuã).O Império Médio (2134-1784 a.C.) começa com a reunificação do território realizada por Mentuhotep II (reinou em 2061-2010 a.C.). Os primeiros soberanos da Dinastia tentaram estender seu controle de Tebas para o norte e o sul, iniciando um processo de reunificação que Mentuhotep completou depois de 2047 a.C., limitando o poder das províncias. Tebas foi a sua capital.Com Amenemés I, o primeiro faraó da XII Dinastia, a capital foi transferida para as proximidades de menfis. O deus tebano Amon adquiriu nessa época mais importância que as outras divindades, e foi associado ao disco solar (Amon-Rá).Os hicsos invadiram o Egito a partir da Ásia ocidental, instalando-se no norte. Sua presença possibilitou uma entrada massiva de povos da costa fenícia e palestina, e o estabelecimento da dinastia hicsa, que deu início ao Segundo Período Intermediário. Os hicsos da XV Dinastia reinaram a partir da sua capital, situada na parte leste do delta, o que lhes permitia manter o controle sobre as zonas média e alta do país. O soberano tebano Ahmosis I derrotou os hicsos, reunificando o Egito e criando o Império Novo (1570-1070 a.C.).Amenhotep I (1551-1524 a.C.) estendeu os limites até a Núbia e a Palestina. Com uma grande construção em Karnak, separou sua tumba do seu templo funerário e iniciou o costume de ocultar sua última morada. Tutmés I continuou a ampliação do Império Novo e reforçou a preeminência do deus Amon; sua tumba foi a primeira a ser construída no vale dos Reis. Tutmósis III reconquistou a Síria e a Palestina, que tinham se separado anteriormente, e continuou a expansão territorial do Império.Amenófis IV foi um reformador religioso que combateu o poder dos sacerdotes de Amon. Trocou Tebas por uma nova capital, Aketaton (a moderna Tell el-Amarna), que foi construída em honra de Aton, sobre o qual se centrou a nova religião monoteísta. No entanto, a revolução religiosa foi abandonada no final do seu reinado. Seu sucessor Tutankhamen é conhecido hoje, sobretudo, pela suntuosidade do seu túmulo, encontrado praticamente intacto no vale dos Reis, em 1922.O fundador da XIX Dinastia foi Ramsés I (reinou em 1293-1291 a.C.), que foi sucedido por seu filho Seti I (reinou em 1291-1279 a.C.); esse organizou campanhas militares contra a Síria, Palestina, os líbios e os hititas. Foi sucedido por Ramsés II, que fez a maior parte das edificações em Luxor e Karnak, ao construir o Ramesseum (seu templo funerário) em Tebas, os templos esculpidos na rocha em Abu Simbel e os santuários em Abidos e menfis. Seu filho Meneptá (1212-1202 a.C.) derrotou os invasores provenientes do mar Egeu, feitos narrados em um texto esculpido na esteira na qual figura a primeira menção escrita conhecida do povo de Israel.O Terceiro Período Intermediário compreende da XXI à XXIV Dinastias. Os faraós que governaram a partir de Tânis, no norte, entraram em choque com os sumos sacerdotes de Tebas. Os chefes líbios deram origem à XXI Dinastia. Quando os governadores líbios entraram em um período de decadência, vários rivais se armaram para conquistar o poder. De fato, as XXIII e XXIV Dinastias reinaram ao mesmo tempo que a XXII, bem como a XXV (cusita), que controlou de forma efetiva a maior parte do Egito quando ainda governavam as XXIII e XXIV Dinastias, no final do seu mandato.Os faraós incluídos da XXV à XXXI Dinastias governaram a Baixa Época. Os cusitas governaram de 767 a.C. até serem derrotados pelos assírios, em 671 a.C. Quando o último faraó egípcio foi derrotado por Cambises II, em 525 a.C., o país caiu sob domínio persa (durante a XXVII Dinastia).A ocupação do Egito pelas tropas de Alexandre Magno, em 332 a.C., pôs um fim ao domínio persa. Alexandre designou o general macedônio Ptolomeu, conhecido mais tarde como Ptolomeu I Sóter, para governar o país. A maior parte do período que seguiu à morte de Alexandre Magno, em 323 a.C., foi caracterizada pelos conflitos com outros generais, que tinham se apoderado das distintas partes do império. Em 305 a.C., assumiu o título real e fundou a dinastia ptolemaica. Cleópatra VII foi a última soberana dessa Dinastia. Tentando manter-se no poder, aliou-se a Caio Júlio César e, mais tarde, a Marco Antônio. Depois da morte de Cleópatra, em 30 a.C., o Egito foi controlado pelo Império Romano durante sete séculos. Nessa época, a língua copta começou a ser usada independentemente da egípcia.Com a finalidade de controlar a população e limitar o poder dos sacerdotes, os imperadores romanos protegeram a religião tradicional. Os cultos egípcios a Ísis e Serápis se estenderam por todo o mundo greco-romano. O Egito foi também um centro importante do cristianismo primitivo. A Igreja Copta, que aderiu ao monofisismo, se separou da corrente principal do cristianismo no século V.Durante o século VII, o poder do Império Bizantino foi desafiado pela dinastia dos Sassânidas da Pérsia, que invadiram o Egito em 616. Em 642, o país caiu sob o domínio dos árabes, que introduziram o islamismo.Nos séculos que se seguiram, teve início um lento processo de islamização que com o tempo produziu a mudança de um país cristão de fala copta para um outro, muçulmano de fala árabe. A língua copta se converteu em uma língua litúrgica.Durante o califado abássida, surgiram freqüentes insurreições por todo o país provocadas pelas diferenças entre os sunitas, maioria ortodoxa, e a minoria que aderiu aos xiitas. Em 868, Ahmad ibn Tulun transformou o Egito em um estado autônomo, vinculada aos abássidas apenas pelo pagamento de um pequeno tributo. A dinastia de Tulun (os tulúnidas) governou durante 37 anos um império que englobava o Egito, a Palestina e a Síria.Depois do último governo dos tulúnidas, o país entrou em um estado de anarquia. Suas frágeis condições o tornaram presa fácil para os fatímidas, que em 969 invadiram e conquistaram o Egito e fundaram o Cairo, convertendo-a na capital do seu império. Os fatímidas foram derrotados pelos ayyubis, cujo líder Saladino (Salah ad Din Yusuf ibn Ayubb) se proclamou sultão do Egito e estendeu seus territórios até Síria e Palestina, tomando dos cruzados a cidade de Jerusalém (ver Cruzadas). A debilidade de seus sucessores levou a uma progressiva tomada do poder pelos mamelucos, soldados de diversas origens étnicas que os serviam e terminaram por proclamar-se sultões com Izza al Din Aybak, em 1250.No final do século XIII e começo do século XIV, o território dos mamelucos se estendia para o norte até os limites da Ásia Menor. A segunda dinastia de sultões mamelucos, os buris, era de origem circassiana; governaram de 1382 a 1517, quando o sultão Selim I invadiu o Egito e o integrou ao Império otomano.Embora o domínio real dos turcos otomanos sobre o Egito tenha durado apenas até o final do século XVII, o país pertenceu nominalmente ao Império otomano até 1915. Em vez de acabar com os mamelucos, os otomanos utilizaram-nos em sua administração. Na metade do século XVII, os emires mamelucos (ou beis) restabeleceram sua supremacia. Os otomanos aceitaram a situação, com a condição de que pagassem um tributo.A ocupação francesa do Egito em 1798, levada a cabo por Napoleão I Bonaparte, interrompeu por um curto intervalo de tempo a hegemonia mameluca. Em 1801, uma força britânico-otomana expulsou os franceses. Mehemet Ali assumiu o poder e, em 1805, o sultão otomano o reconheceu como governador do Egito. Mehemet Ali destruiu todos os seus oponentes até se tornar a única autoridade no país. Para poder controlar todas as rotas comerciais, realizou uma série de guerras expansionistas.Os britânicos ocuparam o Egito de 1882 a 1954. O interesse da Grã-Bretanha se centrava no canal de Suez, que facilitaria a rota britânica até a Índia. Na I Guerra Mundial, a Grã-Bretanha estabeleceu um protetorado. Em 1918, surgiu um movimento nacionalista para garantir a independência. Eclodiu uma revolta violenta no país, razão pela qual a Grã-Bretanha suprimiu o protetorado em 1922 e foi proclamada uma monarquia independente, governada pelo rei Fuad I.Em 1948, o Egito e outros Estados árabes entraram em guerra com o recém-criado Estado de Israel. Com a derrota, o Exército se voltou contra o rei Faruk I. Em 1952, um golpe de estado depôs o rei e proclamou a República do Egito.O primeiro presidente, o general Muhammad Naguib, foi uma figura nominal, pois o poder foi exercido por Gamal Abdel Nasser, presidente do Conselho do Comando da Revolução. Em 1956, foi eleito oficialmente presidente da República. No começo, Nasser seguiu uma política de solidariedade com outras nações africanas e asiáticas do Terceiro Mundo e se converteu no grande defensor da unidade árabe. A negativa dos países ocidentais de proporcionar-lhe armas (que provavelmente utilizaria contra Israel) provocou uma reviravolta na política externa de Nasser, que o aproximou dos bloco dos países do Leste.No que diz respeito à política interna, Nasser suprimiu a oposição política, estabeleceu um regime de partido único e socializou a economia. Essa nova ordem foi chamada de socialismo árabe. Em 1967, continuou a luta contra Israel, que desembocou na guerra dos Seis Dias, ao final da qual Israel assumiu o controle de toda a península do Sinai. O canal de Suez permaneceu fechado durante a guerra e posteriormente foi bloqueado. Nasser recorreu à União Soviética.Nasser morreu em 1971 e foi sucedido pelo seu vice-presidente, Anwar al-Sadat. Sadat promoveu uma abertura política e econômica, além de procurar uma saída para o problema israelense mediante a negociação; como não conseguiu, planejou outro ataque contra Israel, dando início à guerra do Yom Kippur. Em 1974 e 1975, Egito e Israel concluíram uma série de acordos que resultou na retirada das tropas do Sinai. Em 1975, o Egito reabriu o canal de Suez e Israel se retirou de certos pontos estratégicos e de alguns dos campos petroleiros do Sinai.A questão econômica começou a ganhar cada mais importância; em 1977, Sadat pediu para que os assessores militares soviéticos abandonasse o país e se aproximou dos Estados Unidos. Em uma conferência tripartite com o presidente norte-americano Jimmy Carter, realizada em 1978, Sadat e o primeiro-ministro israelense Menahem Begin assinaram um acordo para a solução do conflito egípcio-israelense. Grupos fundamentalistas islâmicos protestaram contra o tratado de paz, e Sadat foi assassinado em 1981.Hosni Mubarak sucedeu Sadat. Abriu politicamente o país e melhorou as relações com outros Estados árabes. Participou da coalizão que lutou contra o Iraque na guerra do Golfo Pérsico, em 1991. Em 1992, os fundamentalistas islâmicos começaram a lançar violentos ataques com o objetivo de substituir o governo de Mubarak por outro baseado no estrito cumprimento da lei islâmica. Em outubro de 1993, Mubarak foi reeleito para um terceiro mandato presidencial, embora continuasse a violência por parte dos militantes islâmicos.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Doenças Urbanas




Principais doenças no Brasil, doenças do aparelho circulatório, câncer, diabetes , doenças respiratórias, Aids, cólera, dengue, hanseníase, hepatite, leishmaniose, malária, sarampo.
Mosquito Aedes Aegypti: transmissor da dengue
google_protectAndRun("render_ads.js::google_render_ad", google_handleError, google_render_ad);
Introdução
A vida agitada nos grandes centros urbanos, a falta de exercícios físicos, o estresse, a poluição, a alimentação rápida e rica em gordura e açúcar e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e tabaco estão causando diversas doenças nos brasileiros. Advindos destes problemas, são mais comuns, nos grandes centros urbanos, doenças como o câncer, o diabetes e doenças do coração.
Enquanto isso, na zona rural e nas periferias das grandes cidades, aumentam os casos de doenças infecciosas e parasitárias, em função das péssimas condições de higiene. A falta de água tratada e o deficiente sistema de esgoto nas regiões norte e nordeste do Brasil tem sido a causa de várias doenças, como, por exemplo: cólera, malária, diarréia e hanseníase.
Veja abaixo as principais doenças no Brasil :
Doenças do aparelho circulatório
Este tipo de doença faz parte do grupo que mais mata em nosso país. Podemos citar como exemplos: derrame, hipertensão e infarto. São doenças que se desenvolvem no corpo humano em função de componentes genéticos associados ao estilo de vida e hábitos de alimentação. O fumo, a bebida alcoólica, o estilo de vida sedentário e estressante estão como causas principais destes tipos de doenças. A alimentação com excesso de gorduras animais, carboidratos e sal também prejudicam o sistema circulatório e o coração, podendo provocar tais doenças.
Câncer
De acordo com os últimos dados, verificou-se que o câncer é a segunda doença que mais mata no Brasil. O câncer é causado por uma multiplicação excessiva de células em determinadas regiões do corpo. Se não tratados a tempo, podem se espalhar pelo corpo (metástase) e acometer vários órgãos, provocando a morte do paciente. Os tipos de câncer mais comuns são : câncer de pele, câncer de mama, câncer de pulmão, câncer de próstata entre outros. Há um fator genético no desenvolvimento do câncer, porém a alimentação e os hábitos de vida também estão relacionados ao desenvolvimento de câncer. Fumantes, por exemplo, possuem uma maior probabilidade de desenvolverem o câncer de pulmão. O diagnóstico rápido e tratamentos com quimioterapia ainda são os recursos disponíveis mais usados no combate ao câncer.
Doenças respiratórias
As doenças respiratórias mais comuns são: bronquite, asma e pneumonia. Atingem principalmente os habitantes dos grandes centros urbanos, que respiram um ar de péssima qualidade. O monóxido de carbono e o dióxido de carbono (gás carbônico) são gases resultantes da queima de combustíveis fósseis e são altamente prejudiciais ao sistema respiratório do ser humano. A inalação de gases poluentes pode provocar o aparecimento destes tipos de doenças.
Diabete
É uma doença causada por fatores genéticos e também por hábitos alimentares não adequados. A obesidade, por exemplo, pode desencadear a diabete. As pessoas que tem diabete precisa de cuidados rigorosos, pois correm o risco de terem problemas como : amputação de órgãos causados por necrose, cegueira, lesões renais etc. O acompanhamento das taxas de açúcar no sangue é fundamental para o paciente que tem diabete. O tratamento pode ser feito com dietas em casos mais simples ou com injeções de insulina, para casos mais graves.
Aids
A Aids é uma doença recente e que ainda não possui uma cura definitiva. É provocada pelo vírus conhecido como HIV que é transmitido através de várias formas : relações sexuais, compartilhamento de seringas, contato com sangue contaminado etc. Embora não haja cura, o soropositivo pode levar uma vida normal tomando um coquetel de remédios que controla a presença do vírus no organismo. O vírus HIV é mutante e , por isso, tem dificultado a criação de uma vacina ou de um remédio que o elimine definitivamente do organismo. A utilização de preservativos em relações sexuais e o não compartilhamento de seringas injetáveis ainda são as medidas mais eficientes para se evitar a doença.
Dengue
Esta doença é provocada pela picada do mosquito Aedes Aegypti. Foi considerada doença epidêmica na década de 1980, fazendo centenas de vítimas fatais no Brasil. É uma doença que cresce na época do verão, pois o mosquito precisa da umidade e de água parada para depositar os ovos. As campanhas educativas têm surtido efeitos positivos na diminuição da doença. As recomendações para diminuir a proliferação do mosquito transmissor são: não deixar água parada e eliminar os focos de reprodução do mosquito.
Cólera
A cólera é uma doença típica de regiões que sofrem problemas de abastecimento de água tratada. A sujeira e os esgotos a céu aberto ajudam no aumento de casos da doença. A região nordeste do Brasil é a que mais sofre com este problema. Água limpa e tratada, tratamento de esgoto e condições ambientais adequadas dificultam a proliferação da doença.Hanseníase
Popularmente conhecida como lepra, a hanseníase é causada por uma bactéria conhecida como Mycobacterium leprae. Esta doença causa lesões na pele, principalmente nos braços e pernas, podendo também atingir as cartilagens e o sistema nervoso do paciente. O tratamento é feito com a utilização de remédios, porém é de longa duração.
Hepatite
Já foram registrados e estudados três tipos de hepatites virais : A, B e C. O mais grave é o tipo C, pois em estado avançado pode provocar câncer de fígado e cirrose. O contágio pode ocorrer através do contato com sangue contaminado ou relações sexuais sem uso de preservativo. O vírus se instala no fígado do doente e pode se manifestar muitos anos depois, quando a doença já está num estágio avançado. A hepatite dos tipos A e B, mais comuns, podem ser transmitidas através de alimentos ou água contaminada.
Leishmaniose
Esta doença é causada por um protozoário que aparece nas vísceras, no intestino ou na pele da pessoa infectada. A forma mais comum é a que se manifesta na pele do paciente. O hospedeiro transmissor da doença é um inseto que ao picar o ser humano transmite o protozoário. Regiões de favelas ou áreas com poucas condições de higiene favorecem o desenvolvimento do mosquito, facilitando a transmissão da doença.
Sarampo
É uma doença infecto-contagiosa provocada por um vírus. É transmitida através de gotículas de saliva contaminada que pode ser transmitida de uma pessoa contaminada para uma saudável. Em seu estágio avançado, começa a aparecer manchas pequenas e avermelhadas na pele que , com o tempo, começam a secar. As campanhas de vacinação têm feito diminuir este tipo de doença no Brasil. Sintomas do sarampo : febre alta, mal estar, tosse, coriza, conjuntivite e falta de apetite.
Malária
O hospedeiro transmissor da malária é o mosquito Anopheles darling. A região amazônica é que possui o maior número de casos da doença. A grande quantidade de rios e o clima quente e úmido favorecem a proliferação do mosquito transmissor.