terça-feira, 30 de novembro de 2010

Os solos aparecem






INTEMPERISMO





Chamamos de agentes exógenos ou externos os elementos da natureza que realizam o trabalho de transformar as estruturas físicas e químicas das rochas e transportar, seja a curtas, médias ou longas distâncias, os fragmentos dessas rochas que eles são capazes de desgastar. Entre os principais agente exógenos ou externos temos as chuvas, os ventos, os rios, os mares e o gelo.





Eles são capazes de causar tanto o intemperismo quanto a erosão.










Mas qual é a diferença entre intemperismo e erosão?










Intemperismo correponde ao processo de alteração, ou seja, de transformação das estruturas físicas (através da desagregação), ou químicas (através da decomposição) das rochas da superfície terrestre. Já a erosão corresponde ao transporte dos fragmentos de rochas desgastadas, ou seja, o deslocamento de materiais intemperizados. Nesse texto dedicaremos algumas palavras para descrever os principais tipos de intemperismo, suas principais formas de ocorrência e seus agentes causadores.










Como ocorre o intemperismo?










O intemperismo ocorre essencialmente de duas formas, podendo a alteração das rochas ser de caráter físico ou químico. O intemperismo físico corresponde à alteração da estrutura física das rochas feita a partir de uma desagregação mecânica. Por exemplo: quando uma única rocha é dividida em duas partes, ela sofreu uma alteração física e não química pois as duas partes não tiveram sua composição química alterada pela simples quebra da rocha. Para que haja intemperismo químico é necessário que ocorra uma alteração da estrutura química da rocha. O intemperismo físico é típico de climas secos, sejam eles quentes ou frios. Já o intemperismo químico, cuja atuação é mais profunda e importante do que a do intemperismo físico, tem sua ocorrência em áreas úmidas e quentes.










Intemperismo Físico










Vejamos, então, os principais agentes que podem causar o intemperismo físico.










a) Variação de temperatura










A variação diária de temperatura (insolação) e a variação anual (estações do ano) atuam sobre as rochas provocando dilatação (pelo aquecimento ao longo do dia ou do verão) e contração (ao longo das noites ou do inverno). Essa dinâmica de dilatação e contração provoca a termoclastia, ou seja, a fragmentação ou desagregação das rochas pela variação de temperatura. Esse fenômeno é mais comum em climas secos (como os dos desertos) onde ocorre grande variação de temperatura diária e anual. Em alguns pontos do deserto do Saara, as temperaturas superam os 50 graus célcius durante o dia e caem drasticamente para níveis perto de zero grau à noite. O reflexo está na paisagem arenosa, fruto da fragmentação excessiva das rochas do local. Cabe destacar, ainda, que o comportamento dos diferentes minerais, que compõem uma mesma rocha e possuem coeficientes de dilatação distintos, é diferente provocando o "deslocamento relativo entre os cristais, rompendo a coesão inicial entre os grãos".










b) Alívio de pressões










Frequentemente alguns blocos rochosos de grande dimensão que estão posicionados em partes profundas da crosta (chamados de batólitos) e que encontram sobre si um grande volume de rochas que atingem a superfície (chamadas de rochas encaixantes) sofrem um processo de soerguimento. Nesse processo o material da rocha encaixante é erodido e seu peso imenso é retirado, pela erosão, de cima do batólito causando um grande alívio de pressão. Esse alívio faz surgir um conjunto de fendas mais ou menos paralelas à superfície na estrutura da rocha soerguida. Essa alteração (fendilhamento) é de caráter essencialmente físico sendo mais um exemplo de intemperismo. Outras rochas, que não são batólitos, também sofrem intemperismo por alívio de pressão, como ocorre com os gnaisses e os arenitos.










c) Crescimento de cristais










A existência de poros ou fendas nas rochas possibilita o acúmulo de água e de sais (cloretos, sulfatos, carbonatos...). Em regiões frias, o congelamento da água acumulada nas fendas das rochas aumenta seu volume em aproximadamente 9% exercendo forte pressão para o alargamento dessas fendas podendo causar aumento das fraturas e fragmentar as rochas (crioclastia). O acúmulo de cristais nessas fendas também provoca essa abertura. Os cristais podem expandir-se pelo aumento da temperatura.










d) Hidratação de minerais.










"A cristalização de sais dissolvidos nas águas de infiltração tem o mesmo efeito [que o crescimento de cristais*]. Com o passar do tempo, o crescimento desses minerais também causa expansão das fraturas e fragmentação das rochas". Ou seja, ressalta-se aqui o papel da absorção de umidade pelos minerais como agente físico causador de fraturas e, principalmente, esfoliações das rochas.e) Processos físico-biológicosA ação mecânica das raízes dos vegetais e de outros organismos também pode provocar a fratura ou a fragmentação das rochas. Quando, por exemplo, as raízes de uma árvore crescem na fenda de uma rocha, elas forçam a sua abertura gerando a desagregação dos blocos separados pela fenda.










Intemperismo Químico










Vejamos, agora, os principais agentes capazes de gerar o intemperismo químico.










a) Oxidação










Sua ocorrência é típica de "ambientes oxidantes" [2], ou seja, os mais úmidos. É mais comum nos íons Fe++ e no Fe+++. Sua evidência mais clara manifesta-se na coloração avermelhada e amarelada das rochas e dos solos gerados pela intemperização dessas rochas.










b) Redução










É o processo inverso à oxidação. O íon Fe++ mantém-se na forma estável. Ocorre preferencialmente em "ambientes redutores" [2], que também são bastante úmidos, saturados de água. O processo resulta em rochas e solos de coloração azualda, cinzenta ou esverdeada.










c) Hidratação










Esse processo ocorre a partir da entrada de moléculas de água na estrutura mineral, modificando-a e dando origem a um mineral diferente. Ocorre também em ambientes mais úmidos.










d) Hidrólise










Sendo as rochas constituídas basicamente por silicatos, quando elas entram em contato com a água, os silicatos sofrem hidrólise e dessa reação resulta uma solução alcalina. Em um feldspato potássico, por exemplo, o hidrogênio (H+) substitui por hidrólise o potássio (K+).










e) Atividade dos ácidos










Os ácidos facilitam a ocorrência do processo de hidrólise (em função do teor H+). Os principais ácidos ativos são o ácido carbônico, o ácido sulfúrico, os ácidos húmicos, etc.










f) Dissolução










A dissolução ocorre quando a água provoca a solubilização completa de um mineral. Esse processo é mais comum em terrenos formados por rochas calcárias, que são mais suscetíveis à dissolução completa.










g) Processos químico-biológicos










Derivam principalmente da liberação de substâncias e do aumento na acidez da água de infiltração, que resultam da ação de microorganismos, plantas e tecidos animais e vegetais. O solo é um ambiente rico em CO2 em função da oxidação da matéria orgânica e da respiração das plantas pelas raízes. Esse CO2 em contato com a água das chuvas diminui o pH dessas águas dando maior poder de ataque às rochas alterando-lhes a estrutura.

















A formação do solo




O solo nada mais é do que o resultado da ação conjunta de agentes externos (como chuva, vento, umidade etc.) sobre restos minerais, porém enriquecidos com matéria orgânica.


Sem a presença de matéria orgânica não há a formação de solo, tratando-se somente de minerais não consolidados.


O solo pode ser compreendido como conseqüência da ação do tempo, dos vegetais e animais, do clima e da rocha. Estes fatores são chamados de agentes formadores do solo.


O tempo determina a maturidade do processo de formação do solo, dividindo os solos em jovens e maduros, dependendo da intensidade da atuação. Você sabe que as plantas não saem de seus lugares para procurar alimentos. Algumas substâncias que elas precisam são retiradas do solo. Então, dizemos que o solo é local rico em substâncias que as plantas precisam para viver. O solo também é formado pela decomposição das rochas que vulgarmente chamamos de pedras.




O uso do solo pelo homem




Há muito tempo, o homem tem considerado o solo como uma fonte de riqueza, pois é dele que retira a sua alimentação. Se voltarmos um pouco na história, veremos que, a princípios, os homens se contentavam em cultivar apenas os vegetais que lhes serviam de alimentos. Mas com o passar do tempo, começaram a plantar o linho e o cânhamo, vegetais que produzem fibras com os quais faziam os tecidos.As maquinas modificaram completamente o trabalho com a terra. Com a invenção dos tratores, dos arados e das máquinas elétricas de corte, o homem encontrou mais facilidade para plantar e desmatar.


O desgaste do solo




Erosão é a destruição do solo e seu transporte em geral feito pela água da chuva, pelo vento ou, ainda, pela ação do gelo, quando este atua expandindo o material no qual se infiltra a água congelada. A erosão destrói as estruturas (areias, argilas, óxidos e húmus) que compõe o solo. Estes são transportados para as partes mais baixasdos relevos e em geral vão assorear cursos d água. A erosão destrói os solos e as águas e é um problema muito sério em todo o mundo. Devem ser adaptadas práticas de conservação de solo para minimizar o problema. Em solos cobertos por floresta a erosão é muito pequena e quase inexistente,mas é um processo natural sempre presente e importante para a formação dos relevos. O problema ocorre quando o homem destrói as florestas, para uso agrícola e deixao solo exposto, então, a erosão torna-se severa, e pode levar a desertificação.

Fonte:http://www.colegioweb.com.br/ciencias-infantil/a-formacao-do-solo.html

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A astronomia e suas contribuições






A Astronomia é uma ciência que se dedica ao estudo de todos os corpos e astros celestes. Como uma ciência das mais antigas, de acordo com os registros históricos, ela sofreu muitas evoluções desde a pré-história e hoje praticamente todas as outras ciências são necessárias para o desenvolvimento da Astronomia. Estudando sobre a história das ciências é fácil perceber que a Astronomia influenciou a humanidade durante toda a pré-história e a história conhecida. O conhecimento sobre o céu sempre fez parte da curiosidade humana. Satisfazer essa curiosidade foi um estímulo muito grande para desenvolver outras ciências como a Física e a Matemática. Esse estimulo serve de motivação para que muitas crianças encontrem o caminho do estudo das Ciências Naturais, pois são raras as pessoas que não ficam encantadas quando são estimuladas a observar o céu.
Estudar e aprender Astronomia não é difícil, mas requer um pouco de paciência e observação por isso, este módulo foi projetado para ser lido e estudado com calma.


Eis aqui algumas imagens mostrando a evolução da Astronomia, desde o observatório pré-histórico de Stonehange, até o Ônibus Espacial e o telescópio espacial Hubble. Da superfície da Mãe Terra, nós evoluímos e hoje buscamos as nossas respostas a partir do espaço.




HISTÓRIAS QUE NÃO APRENDEMOS NA ESCOLA

Para entendermos como surgiu a Astronomia e o conhecimento que possuímos hoje, sobre o céu, é necessário lembrar como vivia a espécie humana na pré-história e quais eram suas necessidades.
Foi na pré-história, milhares e milhares de anos atrás, quando os humanos ainda viviam como nômades pelo mundo em busca dos alimentos necessários à sua sobrevivência que surgiu a Astronomia. Comunidades primitivas que eventualmente usavam cavernas como abrigo desenhavam suas observações sobre o céu. Já foram encontrados desenhos sobre o céu, com mais de 10 mil anos de idade, em cavernas de várias partes do mundo.
A espécie humana dessa parte da pré-história comportava-se como os animais, tinha que procurar, colher ou caçar os alimentos que a natureza lhes oferecia. No entanto, a capacidade que o homem tem de entender seu ambiente e modificá-lo de acordo com seus desejos fez com que ele buscasse satisfazer melhor suas necessidades.
Um grande problema para os seres humanos pré-históricos era a obtenção de alimentos suficientes para sua sobrevivência, por isso essa foi a primeira modificação realizada no ambiente ao seu redor. Passaram a atuar no ambiente para que existisse comida suficiente e sempre que fosse necessário, sem ter que contar com a sorte de encontrar o alimento, andando de um lugar para outro. Aqui muitas perguntas podem surgir e algumas delas são: O que os seres humanos aprenderam que permitiu modificar o seu ambiente? Como isso aconteceu? Quem ensinou isso a eles? E principalmente, o que isso tem a ver com a Astronomia?
Em primeiro lugar não havia professores para ensinar como plantar ou criar animais. A única fonte de conhecimento possível era a natureza e a motivação por uma melhor sobrevivência. Então, o que os seres humanos pré-históricos fizeram foi, observar como a natureza produzia os alimentos para copiar. Por exemplo, eles observaram que algum tempo depois que sementes, frutos velhos ou grãos caiam no chão novas plantas nasciam. Então, bastava recolher sementes, frutos ou grãos e jogar perto de suas cavernas para ter alimentos mais fáceis? Na verdade não, semear não era suficiente para ter alimentos, era necessário saber quando e quanto semear.

Saber quando semear significava ter a certeza de que as sementes semeadas dariam alimentos na época certa. Saber quanto semear significava prever uma quantidade suficiente de alimentos até a próxima colheita.
Pense um pouco! - Na pré-história saber a resposta para estas perguntas significava prever o futuro... E não é isso que tentamos fazer até hoje?
Aqui resta-nos a pergunta desse texto: Como foi possível fazer essas previsões? Foi a necessidade de encontrar um mecanismo capaz de fornecer dados para as previsões que levou o homem a observar e relacionar os movimentos do céu com o que ocorria na natureza. Da busca por essas relações que permitia prever novas colheitas e a época de nascimento dos animais de criação, que surgiu a ASTRONOMIA.
Depois de muito observar o céu o homem foi percebendo as relações que existiam entre o céu e a Terra. Uma da primeiras relações que ele percebeu foi que o dia e a noite eram condicionados à presença e ausência do Sol no céu. Mesmo sem ter desenvolvido a escrita e os números ele sabia se ia demorar muito ou pouco para escurecer. Era possível sair de sua caverna, para colher ou caçar, e ainda saber quando deveria retornar para chegar antes do anoitecer, apenas observando a posição do Sol no céu.
Observe a posição do Sol no céu. Agora, sem usar números, horas, escrita ou leitura, você é capaz de estimar quais das suas atividades você consegue realizar antes do anoitecer? Até onde você consegue caminhar e voltar antes do anoitecer?

Figura 1 - Foto de um dos mais antigos observatório da Terra: Stonehenge na Inglaterra. Construído por um povo que nunca chegou a desenvolver a escrita.
Percebendo que o céu podia conter informações sobre o futuro e que era um marcador fiel do tempo o homem encontrou maneiras de marcar e registrar o que observava do céu, por isso muitos observatórios foram construídos. Esses observatórios nada mais eram do que enormes pedras posicionadas de maneira adequada para que se pudesse marcar a posição de certos astros e principalmente a variação da posição do Sol durante o ano. O mais famoso desses observatórios pré-históricos é Stonehenge, que existe até hoje na Inglaterra, (fig. 1), mas existem outros parecidos pela Europa.
No entanto, cerca de 5 mil anos atrás, época em que Stonehenge foi construído, os egípcios já tinham desenvolvido a escrita e a matemática. Nesse período eles já sabiam que o ano tinha 365 dias e de acordo com o clima do Egito os sacerdotes dividiam o ano em três estações - cheia, plantio e colheita. O início do ano egípcio era marcado pela presença da estrela Sírius numa certa posição do céu, quando o Sol se punha.
Mais tarde os gregos conseguiram mapear o céu, dividindo-o em constelações. Conseguiram marcar as constelações por onde o Sol passava, que são os Signos que conhecemos hoje. Os gregos também identificaram os planetas visíveis a olho nu: Mercúrio, Vênus, Marte, Saturno e Júpiter.
Os chineses mesmo separados dos gregos e egípcios fizeram trabalhos parecidos, mapeando o céu e dividindo-o com suas próprias constelações.
Durante toda a pré-história e um grande período da história o homem contou com pouquíssimos instrumentos para ajudá-lo na observação do céu. Mesmo assim foi possível aprender muito sobre os astros.
A grande revolução da Astronomia e das ciências de cálculos ocorreu depois que Galileu Galilei desenvolveu o método científico e resolveu apontar um telescópio (luneta de galileana) para o céu.
Usando o telescópio foi possível fazer medidas mais precisas e com isso pode-se mostrar que a Terra girava ao redor do Sol, e não o contrário como se pensava. De posse dessas medidas outro estudioso, Isaac Newton, desenvolveu um método de calculo matemático para poder explicar as órbitas dos planetas ao redor do Sol. Esses métodos matemáticos são usados até hoje por engenheiros para construir edifícios, navios, aparelhos, foguetes e tudo que envolve tecnologia.

Com o surgimento da luneta ou telescópio ocorreu praticamente uma "febre de Astronomia" para observar o céu. Muitas pessoas ficaram encantadas com a beleza do céu, visto através dos telescópios e puseram-se a estudá-lo por causa disso muito mais foi descoberto: as galáxias, as nebulosas, os aglomerados de estrelas, outros planetas como Urano, Netuno e Plutão que não podem ser vistos a olho nu. Muitos astros que observados apenas com os olhos pareciam simples estrelas, com as lunetas se mostraram verdadeiras jóias do céu.
Atualmente, com a facilidade de se produzir equipamentos cada vez mais sofisticados o desafio de estudar o céu continua. Os maiores desafios dos astrônomos dos nossos dias são: saber qual o tamanho do universo; saber como ele funciona; como viajar com segurança pelo espaço e principalmente se existem outros planetas no universo que sejam habitados por formas de vida parecidas com a nossa.
Uma das maiores contribuições da Astronomia nos dias atuais é o grande desenvolvimento tecnológico que ela proporciona. Muitos produtos precisaram e precisam ser desenvolvidos para suprir as necessidades dos astronautas e dos equipamentos para que estes suportem as condições do espaço fora da atmosfera terrestre. Dessa busca por novos produtos foram encontrados muitos outros que são úteis no nosso dia a dia, como o gel de fraudas descartáveis, muitos equipamentos médicos. Os produtos mais comuns que foram desenvolvidos para levar o homem ao espaço são as comidas em conserva. Transportar, conservar e até mesmo comer no espaço sem a gravidade são problemas sérios para os astronautas, por isso que hoje temos alimentos que podem ser guardados por muito tempo sem problemas, comidas secas ou em pasta como as de bebê. Só para levar o homem à Lua mais de 200 mil produtos novos foram desenvolvidos, que de maneira direta ou indireta nos proporciona mais conforto. Pergunte a uma
pessoa, que viveu sua infância na década de 60, qual a diferença entre a quantidade de produtos que existem hoje e que existia na sua infância, desde brinquedos, utilidades domésticas, aparelhos médicos e tudo o mais que ela se lembrar.
Durante toda a história conhecida da humanidade a conquista do céu - mesmo sendo intocável - sempre foi um grande desejo humano. Muitas descobertas importantes ocorreram motivadas pelo desejo de entender e desvendar os mistérios do céu. Hoje em dia não prestamos muita atenção no céu por vários motivos: as luzes das cidades, a maior quantidade de divertimento noturno, e até porque não é mais necessário observá-lo para sobreviver, mas aqueles que redescobrem as belezas que o céu contém ficam fascinados e sentem-se encantados. Porém, normalmente esse fascínio cai no esquecimento por falta de motivação e de um conhecimento mais aprofundado que nos permita entender melhor aquilo que estamos vendo. Quando há motivação e existe conhecimento sempre surgem alunos querendo aprender mais.
CURIOSIDADE
Mesmo com pouca tecnologia e muita imaginação o desenvolvimento da ciência chegou a tal ponto que no século III a.C. um estudioso chamado Eratóstenes que era diretor da maior biblioteca de sua época - Biblioteca de Alexandria - conseguiu determinar o tamanho da Terra com erro muito pequeno. A história começou quando ele estava lendo um dos livros da biblioteca que foi escrito por um viajante. No livro, o viajante relatava que na cidade de Siena (atual Assuã) era possível ver o Sol refletido no fundo de um poço ao meio-dia no mês de junho, (figura 2a) ou seja, o Sol estava a pino. Eratóstenes sabia que no mês de junho as colunas em Alexandria (que era ao norte de Siena) produziam uma pequena sombra ao meio-dia, ou seja o Sol não estava a pino. Ele, que era conhecedor de matemática, também sabia que conhecendo o tamanho da coluna e da sombra produzida pela coluna em Alexandria e a distância entre a coluna e o poço era possível determinar o tamanho da curvatura da Terra, considerando que ela fosse uma esfera.
Conta-se que ele pagou a um carroceiro para ir de Alexandria até Siena medindo a distância entre as duas cidades, ou seja, entre a coluna e o poço. A medida foi feita na ida e na volta da viagem. Convertendo a medida dele em quilômetros estima-se a distância entre as duas cidades em 800 km. O valor que ele obteve para a curvatura da Terra foi próximo de 40.000 km (figura 2b). Hoje com os modernos equipamentos e satélites de observação da Terra sabe-se que a curvatura da Terra tem aproximadamente 42.300 km, ou seja, o erro cometido foi muito pequeno se considerarmos que na época não haviam bons instrumentos para se fazer essas medidas.



Figura 2b - Este foi o raciocínio de Erastótenes. Ele sabia que se a Terra fosse esférica os dois ângulos a seriam iguais. Então ele encontrou a = 7,2 e sabendo que a circunferência da Terra deveria ter 360o ele fez a conta mostrada acima.



Figura 2a - Maneira como Esrastótenes viu a sombra em Alexandria e Siena para poder medir a distância até o centro da Terra. Na época ninguém acreditou nele.

Fonte:http://cdcc.sc.usp.br/cda/ensino-fundamental-astronomia/ao-professor.html

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Grécia: uma civilização que marcou a história



Introdução


A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de 2000 AC. Formou-se após a migração de tribos nômades de origem indo-européia, como, por exemplo, aqueus, jônios, eólios e dórios. As pólis (cidades-estado), forma que caracteriza a vida política dos gregos, surgiram por volta do século VIII a.C. As duas pólis mais importantes da Grécia foram: Esparta e Atenas.

Expansão do povo grego


Por volta dos séculos VII a.C e V a.C. acontecem várias migrações de povos gregos a vários pontos do Mar Mediterrâneo, como conseqüência do grande crescimento populacional, dos conflitos internos e da necessidade de novos territórios para a prática da agricultura. Na região da Trácia, os gregos fundam colônias, na parte sul da Península Itálica e na região da Ásia Menor (Turquia atual). Os conflitos e desentendimentos entre as colônias da Ásia Menor e o Império Persa ocasiona as famosas Guerras Médicas (492 a.C. a 448 a.C.), onde os gregos saem vitoriosos.Esparta e Atenas envolvem-se na Guerra do Peloponeso (431 a.C. a 404 a.C.), vencida por Esparta. No ano de 359 a.C., as pólis gregas são dominadas e controladas pelos Macedônios.


Sociedade da Grécia Antiga


A economia dos gregos baseava-se no cultivo de oliveiras, trigo e vinhedos. O artesanato grego, com destaque para a cerâmica, teve grande a aceitação no Mar Mediterrâneo. As ânforas gregas transportavam vinhos, azeites e perfumes para os quatro cantos da península. Com o comércio marítimo os gregos alcançaram grande desenvolvimento, chegando até mesmo a cunhar moedas de metal. Os escravos, devedores ou prisioneiros de guerras foram utilizados como mão-de-obra na Grécia. Cada cidade-estado tinha sua própria forma político-administrativa, organização social e deuses protetores.


Cultura e religião

Foi na Grécia Antiga, na cidade de Olímpia, que surgiram os Jogos Olímpicos em homenagem aos deuses. Os gregos também desenvolveram uma rica mitologia. Até os dias de hoje a mitologia grega é referência para estudos e livros. A filosofia também atingiu um desenvolvimento surpreendente, principalmente em Atenas, no século V ( Período Clássico da Grécia). Platão e Sócrates são os filósofos mais conhecidos deste período.
A dramaturgia grega também pode ser destacada. Quase todas as cidades gregas possuíam anfiteatros, onde os atores apresentavam peças dramáticas ou comédias, usando máscaras. Poesia, a história , artes plásticas e a arquitetura foram muito importantes na cultura grega.

A religião politeísta grega era marcada por uma forte marca humanista. Os deuses possuíam características humanas e de deuses. Os heróis gregos (semi-deuses) eram os filhos de deuses com mortais. Zeus, deus dos deuses, comandava todos os demais do topo do monte Olimpo. Podemos destacar outros deuses gregos : Atena (deusa das artes), Apolo (deus do Sol), Ártemis (deusa da caça e protetora das cidades), Afrodite (deusa do amor, do sexo e da beleza corporal), Démeter (deusa das colheitas), Hermes (mensageiro dos deuses) entre outros. A mitologia grega também era muito importante na vida desta civilização, pois através dos mitos e lendas os gregos transmitiam mensagens e ensinamentos importantes.


Os gregos costumavam também consultar os deuses no oráculo de Delfos. Acreditavam que neste local sagrado, os deuses ficavam orientando sobre questões importantes da vida cotidiana e desvendando os fatos que poderiam acontecer no futuro.


Na arquitetura, os gregos ergueram palácios, templos e acrópoles de mármore no topo de montanhas. As decisões políticas, principalmente em Atenas, cidade onde surgiu a democracia grega, eram tomadas na Ágora (espaço público de debate político).


terça-feira, 26 de outubro de 2010

A vida nos biomas

Biomas Brasileiros


A Amazônia


A Floresta Amazônica ocupa a Região Norte do Brasil, abrangendo cerca de 47% do território nacional. É a maior formação florestal do planeta, condicionada pelo clima equatorial úmido. Esta possui uma grande variedade de fisionomias vegetais, desde as florestas densas até os campos. Florestas densas são representadas pelas florestas de terra firme, as florestas de várzea, periodicamente alagadas, e as florestas de igapó, permanentemente inundadas e ocorrem na por quase toda a Amazônia central. Os campos de Roraima ocorrem sobre solos pobres no extremo setentrional da bacia do Rio Branco. As campinaranas desenvolvem-se sobre solos arenosos, espalhando-se em manchas ao longo da bacia do Rio Negro. Ocorrem ainda áreas de cerrado isoladas do ecossistema do Cerrado do planalto central brasileiro.

O Semi-árido (Caatinga)


A área nuclear do Semi-Árido compreende todos os estados do Nordeste brasileiro, além do norte de Minas Gerais, ocupando cerca de 11% do território nacional. Seu interior, o Sertão nordestino, é caracterizado pela ocorrência da vegetação mais rala do Semi-árido, a Caatinga. As áreas mais elevadas sujeitas a secas menos intensas, localizadas mais próximas do litoral, são chamadas de Agreste. A área de transição entre a Caatinga e a Amazônia é conhecida como Meio-norte ou Zona dos cocais. Grande parte do Sertão nordestino sofre alto risco de desertificação devido à degradação da cobertura vegetal e do solo.


O Cerrado


O Cerrado ocupa a região do Planalto Central brasileiro. A área nuclear contínua do Cerrado corresponde a cerca de 22% do território nacional, sendo que há grandes manchas desta fisionomia na Amazônia e algumas menores na Caatinga e na Mata Atlântica. Seu clima é particularmente marcante, apresentando duas estações bem definidas. O Cerrado apresenta fisionomias variadas, indo desde campos limpos desprovidos de vegetação lenhosa a cerradão, uma formação arbórea densa. Esta região é permeada por matas ciliares e veredas, que acompanham os cursos d'água.


A Mata Atlântica

A Mata Atlântica, incluindo as florestas estacionais semideciduais, originalmente foi a floresta com a maior extensão latitudinal do planeta, indo de cerca de 6 a 32oS. Esta já cobriu cerca de 11% do território nacional. Hoje, porém a Mata Atlântica possui apenas 4% da cobertura original. A variabilidade climática ao longo de sua distribuição é grande, indo desde climas temperados superúmidos no extremo sul a tropical úmido e semi-árido no nordeste. O relevo acidentado da zona costeira adiciona ainda mais variabilidade a este ecossistema. Nos vales geralmente as árvores se desenvolvem muito, formando uma floresta densa. Nas enconstas esta floresta é menos densa, devido à freqüente queda de árvores. Nos topos dos morros geralmente aparecem áreas de campos rupestres. No extremo sul a Mata Atlântica gradualmente se mescla com a floresta de Araucárias.

O Pantanal Mato-Grossense

O Pantanal mato-grossense é a maior planície de inundação contínua do planeta, coberta por vegetação predominantemente aberta e que ocupa 1,8% do território nacional. Este ecossistema é formado por terrenos em grande parte arenosos, cobertos de diferentes fisionomias devido a variedade de microrelevos e regimes de inundação. Como área transicional entre Cerrado e Amazônia, o Pantanal ostenta um mosaico de ecossistemas terrestres com afinidades sobretudo com o Cerrado.

Outras Formações

Os Campos do Sul (Pampas)

No clima temperado do extremo sul do país desenvolvem-se os campos do sul ou pampas, que já representaram 2,4% da cobertura vegetal do país. Os terrenos planos das planícies e planaltos gaúchos e as coxilhas, de relevo suave-ondulado, são colonizados por espécies pioneiras campestres que formam uma vegetação tipo savana aberta. Há ainda áreas de florestas estacionais e de campos de cobertura gramíneo-lenhosa.

A Mata de Araucárias (Região dos Pinheirais)

No Planalto Meridional Brasileiro, com altitudes superiores a 500m, destaca-se a área de dispersão do pinheiro-do-paraná, Araucária angustifolia, que já ocupou cerca de 2,6% do território nacional. Nestas florestas coexistem representantes da flora tropical e temperada do Brasil, sendo dominadas, no entanto, pelo pinheiro-do-paraná. As florestas variam em densidade arbórea e altura da vegetação e podem ser classificadas de acordo com aspectos de solo, como aluviais, ao longo dos rios, submontanas, que já inexistem, e montanas, que dominavam a paisagem. A vegetação aberta dos campos gramíneo-lenhosos ocorre sobre solos rasos. Devido ao seu alto valor econômico a Mata de Araucária vêm sofrendo forte pressão de desmatamento.


Ecossistemas: terrestres e aquáticos

Para uma melhor compreensão, pode-se inicialmente separar os ecossistemas em duas categorias de acordo com o meio em que ocorrem: ecossistemas terrestres e aquáticos:

Para os ecossistemas terrestres poderíamos enumerar os seguintes:
Florestais - Podem ser formados no Brasil por vegetação de cerrado, caatinga, matas ciliares, mata atlântica e floresta amazônica; sendo caracterizados por apresentar uma grande estratificação, ou seja, existem plantas e animais ocorrendo em diferentes alturas (estratos);

Campos e pastagens - Compostos principalmente por vegetação rasteira onde predominam as gramíneas. A fauna por sua vez, é caraterizada pelo predomínio de animais herbívoros e granívoros (que se alimentam de grãos) tais como roedores (ratos), pequenas aves e cervídeos (veados).













Figura 4. Aspecto geral da vegetação de cerrado. Formação vegetal característica do Planalto Central brasileiro, onde notam-se a presença de árvores de pequeno porte com troncos retorcidos e casca grossa e predomínio de vegetação rasteira












Figura 5 - Aspecto do interior de mata-ciliar, ou floresta de galeria. Vegetação característica de margens de pequenos rios e córregos. Este tipo de vegetação é considerado atualmente, como uma área fundamental de preservação, pois está intimamente relacionado com a manutenção do fluxo e da qualidade da água. Por esta razão, as matas ciliares ou florestas de galeria são consideradas áreas de preservação permanente, ou seja, em hipótese alguma podem ser removidas para qualquer tipo de atividade humana.












Figura 6. - Aspecto geral da Mata - Atlântica, que com mais de 3000 quilômetros de extensão, é um dos ecossistemas com maior diversidade de espécies do Brasil e do planeta. Para exemplificar esta riqueza, basta dizer de que cada duas árvores encontradas na mata Atlântica, uma só é encontrada nesta floresta. Ou seja, 50% das árvores só existem aqui e nenhum outro lugar do mundo.












Dunas - No Brasil, não existem desertos, e sim dunas que ocorrem em algumas regiões (Sul e Nordeste), e caracterizam-se por apresentarem solos arenosos, vegetação rasteira - porém escassa - e uma fauna pouco diversificada.





Figura 7. Aspecto geral das dunas. Formação caracterizada por pouca vegetação, e por sofrer forte influência do vento (eólica)Já em relação aos ecossistemas aquáticos, teríamos:



Lagos - Aqui enquadram-se todos os ecossistemas de águas paradas, ou lênticos (de lenis, calmo); além de lagos, temos também represas e tanques .


Rios - Além dos rios, teríamos ainda riachos e mananciais; são chamados também de lóticos (de lotus, lavado).







Figura 8. Barragem, com lago artificial. Em países em desenvolvimento, como no caso do Brasil, a energia gerada através do represamento de rios (hidroelétricas) tem sido, e ainda será a principal fonte energética, devido à disponibilidade de recursos e o custo relativamente baixo.



Mares - Os mares são as regiões com a maior variedade de vida do planeta; pode parecer surpreendente, mas nem as florestas tropicais igualam-se as regiões litorâneas que também são chamadas de pelágicas.


Oceanos - Os oceanos, são grandes (cobrem 70% da superfície terrestre), profundos e contínuos, pois todos - Pacífico, Atlântico e Índico - são interligados; as principais características destes ecossistemas estão relacionadas as correntes, provocadas pelos ventos e a própria rotação da Terra, e também a salinidade;












Figura 9. Oceano Atlântico. Os oceanos e mares são as fontes mais ricas de vida do Planeta.
Existem também, uma série de regiões que não poderiam ser enquadradas nem como ecossistemas aquáticos, e nem como terrestres. Seriam:



Mangue - Na verdade, o correto chamar-se de manguezal e não mangue, pois a denominação vem da grande quantidade desta planta, ou seja, o mangue. Trata-se de um ecossistema pantanoso, constantemente alagado com uma vegetação arbustiva e uma fauna caracterizada pela grande presença de siris e caranguejos. O mangue ocorre geralmente junto a desaguadouros de rios e/ou próximos a praias.


Paredões rochosos e praias - Ambos ecossistemas são fortemente influenciados pela água do mar, seja através das marés, ou da pressão exercida pela água.

Brejos - Qualquer área que fique coberta por água doce, pelo menos em alguma época do ano é considerado um alagado; uma das espécies vegetais mais comuns neste tipo de ecossistema é a Taboa. Os brejos também são importantes, pois abrigam uma grande variedade de espécies de aves e mamíferos aquáticos ou semi-aquáticos. 3- As florestas tropicais são importantes ecossistemas pela sua biodiversidade, além de outros fatores tais como, a manutenção de um regime pluviométrico e temperatura das vastas regiões na qual ocorrem. Na década de 70, um jornalista estrangeiro por ocasião de uma visita a Amazônica, querendo enaltecer a importância da floresta, afirmou que a mesma era o “pulmão do mundo”, sendo a responsável pela manutenção da taxa de oxigênio da atmosfera.












Figura 10. Aspecto da praia e do mar, dois ecossistemas intimamente relacionados.











Figura 11. -(a) e (b) Ambiente lótico, ou seja, de água corrente.
(c) Detalhe do interior de uma caverna, ambiente este que é caracterizado pela ausência total e permanente de luz.






















Figura 12 - Lagoa de dessedentação. Este tipo de lagoa é chamado de dessedentação, pois é utilizada para dessedentar o gado. Dessedentar significa saciar a sede. Estas lagoas podem ser tanto naturais, como artificiais. Também são importantes, pelo fato de que como qualquer outro reservatório de água estarem sujeitos ao estabelecimento de organismos nocivos aos animais e também ao homem, pois várias doenças têm o seu ciclo passando pela água.


Figura 13 - A - Brejo; B - Manguezal.






Floresta Amazônica



Localização


A extensão total aproximada da Floresta Amazônica é de 5,5 milhões de km², sobrepondo-se à área da bacia hidrográfica amazônica com 7 milhões de km² (incluindo a bacia dos rios Araguaia e Tocantins). A floresta amazônica distribui-se mais ou menos da seguinte forma, dentro e fora do território nacional: 60% no Brasil, e o restante (40%) pela Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela
Estes 60% correspondentes ao Brasil constituem a chamada Amazônia Legal, abrangendo os Estados do Amazonas, Amapá, Mato Grosso, oeste do Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.


Além destas "divisões", a floresta amazônica ainda engloba 38% (1,9 milhões de km²) de florestas densas; 36% (1,8 milhões de km²) de florestas não densas; 14% (700 mil km²) de vegetação aberta, como cerrados e campos naturais, sendo 12% da área ocupada por vegetação secundária e atividades agrícolas.



Caracterização


A Amazônia possui grande importância para a estabilidade ambiental do Planeta. Nela estão fixadas mais de uma centena de trilhões de toneladas de carbono. Sua massa vegetal libera algo em torno de sete trilhões de toneladas de água anualmente para a atmosfera, via evapotranspiração, e seus rios descarregam cerca de 20% de toda a água doce que é despejada nos oceanos pelos rios existentes no globo terrestre.



Além de sua reconhecida riqueza natural, a Amazônia abriga expressivo conjunto de povos indgenas e populações tradicionais que incluem seringueiros, castanheiros, ribeirinhos, babaçueiras, entre outros, que lhe conferem destaque em termos de diversidade cultural. Este patrimônio socioambiental brasileiro chega ao ano de 2002 com suas características originais relativamente bem preservadas. Atualmente, na Amazônia, ainda é possível a existência de pelo menos 50 grupos de indígenas arredios e sem contato regular com o mundo exterior.



A Amazônia, como floresta tropical, apresenta-se como um ecossistema extremamente complexo e delicado. Todos os elementos (clima, solo, fauna e flora) estão tão estreitamente relacionados que não se pode considerar nenhum deles como principal.
Durante muito tempo, atribuiu-se à Amazônia o papel de “pulmão do mundo”. Hoje, sabe-se que a quantidade de oxigênio que a floresta produz durante o dia, pelo processo da fotossíntese, é consumida à noite. Mas, devido às alterações climáticas que causa no planeta, a Floresta Amazônica vem sendo chamada como “o condicionador de ar do mundo”.



A importância da Amazônia para a humanidade não reside apenas no papel que desempenha para o equilíbrio ecológico mundial. A região é o berço de inúmeros povos indígenas e constitui-se numa riquíssima fonte de matéria-prima (alimentares, florestais, medicinais, energéticas e minerais).


Clima e Hidrografia

Há predomínio de temperaturas médias anuais entre 22 e 28ºC. Há uniformidade térmica e, normalmente, não se percebe a presença de variações estacionais no decorrer do ano. O total de chuvas varia de 1.400 a 3.500 mm por ano. O clima é distribuído de maneira a caracterizar duas épocas distintas: a seca e a chuvosa.

Predomina o clima equatorial, com pluviosidade média anual de 2.500 mm e temperatura média anual de 24 ºC.

Os rios amazônicos diferem quanto à qualidade de suas águas e sua geomorfologia. Os principais rios, baseando-se na coloração de suas águas são:
De água preta: Negro
De água clara: Tapajós
De água barrenta: Solimões e Amazonas
Os rios de água preta apresentam esta coloração devido à presença de ácidos húmicos e fúlvicos resultantes da decomposição incompleta do húmus do solo. Já os rios de água clara têm suas cabeceiras nos escudos cristalinos pré-cambrianos. Drenam solos muito intemperizados e suas águas não são tão ácidas; a carga de material em suspensão é pequena tornando suas águas claras. Os rios barrentos originam-se em regiões montanhosas (Cordilheira dos Andes) carregando elevadas quantidades de material em suspensão, garantindo uma coloração amarronzada.

Rios que fazem parte da hidrografia da Amazônia:


Rio Araguaia
Com 2.627 km de extensão, o Araguaia nasce na divisa dos Estados do Mato Grosso e Tocantins e deságua na margem esquerda do Tocantins. Na época da estiagem, aparecem inúmeras praias. O rio oferece também uma grande variedade de peixes.

Rio Nhamundá
O Nhamundá divide os estados do Pará e Amazonas, tem um leito arenoso e águas claras. No curso superior possui várias cachoeiras e na confluência com o rio Paracatu atinge uma largura tão expressiva que forma um lago com 40 km de comprimento e 4 km de largura.

Rio Negro
Tem águas muito escuras devido à decomposição da matéria orgânica vegetal que cobre o solo das florestas e é carregada pelas inundações. Quando o Solimões encontra o Rio Negro, passa a chamar-se de Amazonas.

Rio Solimões
O rio fica bicolor quando há o encontro dos Rios Negro e Solimões; as águas com cores contrastantes percorrem vários quilômetros sem se misturar.


Rio Tapajós
As águas do Tapajós, devido às diferenças de composição, densidade e temperatura, não se misturam com às do Rio Amazonas. Tem 1.992 km de extensão, nasce nas divisas dos Estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso.

Rio Tocantins
Nasce no Estado de Tocantins, na serra dos Pirineus e deságua no Oceano Atlântico, formando o estuário do rio Pará.

Rio Trombetas
Nasce na fronteira do Brasil com a Guiana e tem 750 km de extensão. Quando se encontra com o Paraná de Sapucuá, ganha o nome de baixo Trombetas e chega a atingir 1.800 m de largura. Seu leito divide-se em várias ilhas estreitas e compridas.

Rio Xingu
Tem 1.980 km de extensão, mas é navegável em apenas 900 km. Tem um curso sinuoso e várias cachoeiras, algumas com mais de 50 m.

Rio Amazonas

Nasce no norte da Cordilheira dos Andes peruano; sua altitude na nascente é de 5,3 mil metros com aproximadamente 1.100 afluentes.
O volume de água do rio Amazonas é tão grande que sua foz, ao contrário dos outros rios,consegue empurrar a água do mar por muitos quilômetros. O oceano atlântico só consegue reverter isso durante a lua nova quando, finalmente, vence a resistência do rio. O choque entre as águas provoca ondas que podem alcançar até 5m de altura, avançando rio adentro. Este choque das águas tem uma força tão grande que é capaz de derrubar árvores e modificar o leito do rio. É no Rio Amazonas que acontece um curioso fenômeno da natureza, a pororoca. No dialeto indígena do baixo Amazonas, o fenômeno da pororoca tem o seu significado exato: Poroc-poroc significa destruidor. Embora a pororoca aconteça todos os dias, o período de maior intensidade no Brasil acontece entre janeiro e maio e não é um fenômeno exclusivo do Amazonas. Acontece nos estuários rasos de todos rios que desembocam no golfo amazônico e no rio Araguari, no litoral do Estado do Amapá. Verifica-se também nos rios Sena e Ganges.

Geologia e Relevo

Geologicamente, limita-se ao norte e ao sul com os escudos cristalinos brasileiros e das guianas, respectivamente; ao longo da borda oeste, com a Cordilheira dos Andes. Entre as feições antigas existentes, encontra-se uma depressão preenchida por uma cobertura sedimentar de caráter fluvial e lacustre. Ao norte e ao sul da calha do médio e baixo rio Amazonas, os escudos cristalinos e os sedimentos terciários. Todas estas e outras formações geológicas datam de milhões de anos.
Ainda falando nos períodos antecessores ao nosso, quando o nível do mar esteve baixo, o rio Amazonas, juntamente, com seus afluentes, alargou e escavou vales; quando o nível do mar estava alto, estes vales foram aterrados com sedimentos originários da região andina, formando as várzeas.


Caracterização
A Amazônia, como floresta tropical, apresenta-se como um ecossistema extremamente complexo e delicado. Todos os elementos (clima, solo, fauna e flora) estão tão estreitamente relacionados que não se pode considerar nenhum deles como principal.
Durante muito tempo, atribuiu-se à Amazônia o papel de “pulmão do mundo”. Hoje, sabe-se que a quantidade de oxigênio que a floresta produz durante o dia, pelo processo da fotossíntese, é consumida à noite. Mas, devido às alterações climáticas que causa no planeta, a Floresta Amazônica vem sendo chamada como “o condicionador de ar do mundo”.
A importância da Amazônia para a humanidade não reside apenas no papel que desempenha para o equilíbrio ecológico mundial. A região é o berço de inúmeros povos indígenas e constitui-se numa riquíssima fonte de matéria-prima (alimentares, florestais, medicinais, energéticas e minerais).

A Amazônia Meridional do norte do estado do Mato Grosso é um exemplo de Floresta de Terra Firme. São regiões de maior altitude onde encontramos árvores de grande porte. As copas das árvores se tocam no extrato superior, formando um anteparo muito denso à luz, que chega a reter 90 à 95% da luz solar. É relativamente fácil andar por estas florestas, pois a ausência de luz não favorece o crescimento de extratos mais baixos, e as árvores em geral não apresentam galhos nos seus 2/3 inferiores. Nas margens dos rios, porém, a vegetação se apresenta mais densa, devido a maior incidência de luz solar, dando a impressão de que a Floresta é muito fechada para quem a vê de fora. A maior parte da vida se concentra nas copas das árvores, muitas vezes fora da nossa vista.


O solo da Amazônia Matogrossense é considerado melhor do que os das outras regiões amazônicas. No interior da Floresta, o solo é forrado por uma camada de húmus, composto por restos de animais e vegetais em decomposição. Uma vez que a riqueza do solo da Floresta está concentrada apenas na camada superficial, as raízes das arvores também não são profundas.


Nas Floresta tropicais, encontramos um grande número de espécies animais, porem o número de animais dentro de cada espécie é em geral bem baixo. Os animais encontrados em maior número são os insetos, borboletas, aranhas, formigas e cupins.


Os mamíferos, entretanto, se encontram em pequeno número, tanto de espécies como de indivíduos por espécies. Os mamíferos encontrados na região Amazônica são a anta (em geral nas beiras dos rios), a capivara (maior roedor do mundo), os tamanduás e gambás, a ariranha, a lontra, o veado e a cotia, entre outros. A cotia é o único animal capaz de abrir o ouriço da castanha do Brasil, fazendo uso de seus poderosos dentes.

As florestas mantém os rios limpos e fluindo regularmente durante todo o ano. Quando é feita uma derrubada, ocorrem erosões e o rio se toma barrento, inchado e com o leito estreitado pela deposição de sedimentos, provocando contaminação da água, enchentes ou mesmo secamento do rio.
As Floresta tropicais tem um papel importantíssimo na regulação do clima. Na Amazônia, 50% da umidade circulante é mantida dentro das florestas. Quando a Floresta é retirada, não ocorre retenção de umidade pela vegetação, ocorrendo um dessecamento na atmosfera e no clima da região. Quando grandes áreas de florestas são destruídas, a alteração no clima estende-se também para outras áreas ao redor, porque a área limpa reflete a radiação solar, provocando alterações nas correntes eólicas e nas chuvas em áreas distantes dos trópicos.

Fonte: www.anacondapantanal.com.br

Por que a natalidade está caindo?


Brasil ocupa, na atualidade, o quinto lugar em número de população, ficando atrás somente da China, Índia, Estados Unidos e Indonésia.O número de habitantes do Brasil é resultado de um acelerado processo de crescimento natural ou vegetativo que ocorreu a partir do século XIX e foi incrementado no transcorrer do século XX, resultado dos elevados índices de natalidade e da imigração que ocorreu no país.


O crescimento natural ou vegetativo de um país é calculado da seguinte forma: obtém-se o número de nascimentos e dele subtrai o número de mortos, ou seja, se uma cidade teve 400 nascimentos e 250 falecimentos houve crescimento, pois o primeiro superou o segundo.


Sem dúvida, o período que houve maior crescimento populacional no Brasil foi no decorrer do século XX, no início desse as condições médico-sanitárias eram precárias e falecimentos. As pessoas morriam por problemas relativamente fáceis de serem solucionados, mas esbarravam na falta de informação e de serviços médicos para o tratamento de tais doenças, muitas vezes as pessoas perdiam suas vidas sem saber que eram, por exemplo, diabéticas e que poderiam ter a vida prolongada caso fosse tratadas.


Esse contexto começou a se alterar a partir dos anos 40, que foi um momento marcado pelo surgimento de diversas vacinas e técnicas de tratamento de doenças, além disso, as pessoas tiveram maior acesso aos serviços sanitários e médicos, sendo assim, ocorreu uma melhoria na qualidade de vida das pessoas. Com a implantação de tais medidas, os índices de mortalidade diminuíram enquanto que as taxas de natalidade se elevaram, diante desses dois fatores houve um crescimento acelerado da população no país.


Se comparadas aos países industrializados, as taxas de natalidade brasileiras permanecem altas, entretanto, houve uma diminuição desse crescimento, principalmente nas últimas décadas. Essa alteração populacional foi proveniente do processo de urbanização que se desenvolveu durante os anos 40, no ano de 1970 a população urbana era maior que a rural, fato até então nunca detectado no país.


Com a nova realidade urbana da população, algumas mudanças de ordem social, econômica e cultural aconteceram, essas resultaram na queda do número de filhos por família. Além desses, outros fatores também contribuíram para a queda do crescimento populacional do país, entre eles estão:


• Redução do trabalho familiar: essa era uma prática comum no meio rural, consistia em ter muitos filhos para exercer atividades nas propriedades rurais, assim a família não precisava pagar um trabalhador assalariado. Com a urbanização essa característica foi sendo substituída, pois a vida nas cidades exigia maiores gastos.


• Queda no número de casamento precoce: a realidade rural promovia o casamento entre pessoas muito jovens, já nos centros urbanos as pessoas contraem matrimônio com idades mais elevadas e tendem a ter poucos filhos.


• Custos com filhos: oferecer uma boa qualidade de vida e educação a um filho no contexto urbano requer elevados gastos financeiros (educação, saúde, alimentação adequada entre outros), devido a esse fator os pais começaram a planejar mais o número de filhos a serem concebidos, adequando-o ao orçamento familiar. A vida no campo não exigia grandes gastos por não haver preocupação com educação, transporte e outros.


• A mulher profissional: quando as mulheres tinham como função somente cuidar da casa e dos filhos elas não ocupavam atividades profissionais, mas com a urbanização a mulher começou a contribuir com o mercado de trabalho. Com a ocupação remunerada, essa não encontrava tempo e nem recursos para ter muitos filhos, esses passaram para o segundo plano, uma vez que a prioridade era manter o emprego e ajudar na composição do orçamento familiar.


• Métodos anticoncepcionais: nas cidades existe maior circulação de informações, facilitada pelos meios de comunicação e pelos próprios médicos, nesse contexto surgiram procedimentos que impediam a gestação, algo que não ocorria em áreas rurais.Fonte:http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/natalidade-no-brasil.htm

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pragas Agrícolas e Controle Biológico





O que são os transgênicos?
Os organismos geneticamente modificados (OGMs), ou transgênicos, são aqueles que tiveram genes estranhos, de qualquer outro ser vivo, inseridos em seu código genético. O processo consiste na transferência de um ou mais genes responsáveis por determinada característica num organismo para outro organismo ao qual se pretende incorporar esta característica.
Pode-se, com essa tecnologia, inserir genes de porcos em seres humanos, de vírus ou bactérias em milho e assim por diante. Quase todos os países da Europa têm rejeitado os produtos transgênicos. Devido à pressão de grupos ambientalistas e da população, os governos europeus proibiram sua comercialização e seu cultivo (quase 80% dos europeus não querem consumir transgênicos).As sementes transgênicas são patenteadas pelas empresas que as desenvolveram. Quando o agricultor compra essas sementes, ele assina um contrato que o proíbe de replantá-las no ano seguinte (prática de guardar sementes, tradicional da agricultura), comercializá-las, trocá-las ou passá-las adiante.Os EUA, o Brasil e a Argentina concentram 80% da produção mundial de soja, na sua maioria exportada para a Europa e para o Japão. Estes mercados consumidores têm visto no Brasil a única opção para a compra de grãos não transgênicos.São enormes as pressões que vêm sendo feitas sobre o governo brasileiro pelo lobby das indústrias e dos governos americano e argentino e sobre os agricultores brasileiros, através de intensa propaganda da indústria, para que os transgênicos sejam liberados e cultivados.Ainda não existem normas apropriadas para avaliar os efeitos dos transgênicos na saúde do consumidor e no meio ambiente e há sérios indícios de que eles sejam prejudiciais. Os próprios médicos e cientistas ainda têm muitas dúvidas e divergências quanto aos riscos dessas espécies. Não existe um só estudo, no mundo inteiro, que prove que eles sejam seguros.Os produtos contendo transgênicos que estão nas prateleiras de alguns supermercados não são rotulados para que o consumidor possa exercer o seu direito de escolha.

Fonte:http://www.esplar.org.br/publicacoes/trasngenicos.htm
O que são os pesticidas?
Os pesticidas são, na sua maioria, substâncias químicas utilizadas para proteger as culturas das diferentes pragas (insectos, fungos, larvas e ervas daninhas) e doenças. Estes produtos são diferentes consoante a espécie a que se destinam e os alvos que pretendem atingir. Deste modo, existem, entre outros, insecticidas, moluscicidas, herbicidas e fungicidas.
Os pesticidas deveriam ser produtos selectivos, ou seja, deveriam atingir os alvos (as pragas e as doenças) e deixar as culturas ilesas. Mas, na realidade, a maioria dos pesticidas não o são, atingindo as próprias culturas, além de terem efeitos persistentes nos sistemas biológicos.
Fonte:http://www.deco.proteste.pt/modo-de-producao-dos-alimentos/o-que-sao-os-pesticidas-s379401.htm

Pragas: Gafanhotos

O gafanhoto é considerado uma das piores pragas da agricultura brasileira. Pois pode chegar a causar danos em áreas muito grande, as áreas de plantio é um de seus habitat favoritos. Além de gregário, já que só anda em bandos, esse inseto é capaz de comer o correspondente a seu peso por dia se alimentam desde gramíneas e pastagens até roupas e móveis e, por esse motivo, não é à toa que o governo brasileiro gasta anualmente cerca de um milhão de dólares em inseticidas químicos para controlar o gafanhoto.

Nome popular: Gafanhoto do Deserto Nome científico: Schistocerca gregária
Estes insetos reúnem-se em grande número e comem todas as plantações que estão pela frente. Encontrados na África e na Ásia ele podem viajar muitos quilômetros.
Após o acasalamento a fêmea põe os ovos em um local quente e arenoso, os ovos são colocados em uma espécie de cartucho em forma de lingüiça contendo até 100 ovos. Após depositar os ovos no buraco ela tampa o mesmo com uma espécie de espuma produzida pelo abdômen, esta espuma endurece protegendo-os e impedindo que eles fiquem secos. Com cerca de 10 dias os filhotes saem do ovo e são chamados de ninfas, são perfeitas miniaturas de gafanhotos só faltando as asas. O filhote tem mandíbulas forte e começa a se alimentar devorando plantas logo que eclode do ovo.

Nome popular: Gafanhoto Nome científico: Tropidacris collaris
Este gafanhoto está presente em praticamente todos os ambientes, em toda a América tropical. Se alimenta de folhas por isso é considerado uma praga para a agricultura.
A fêmea após o acasalamento distende o abdômen e o enterra no solo onde coloca os ovos.
Esta espécie é considerada um dos maiores gafanhotos do mundo, chegando a medir 10 centímetros. Não é do tipo que aterroriza os agricultores, mas pelo apetite que tem e pelo seu tamanho uma média de 10 gafanhotos deasta uma mangueira em pouco tempo.
Fonte:http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/garfanhoto.htm
Lagarta das folhas
Agraulis. v. vanillae:
São borboletas alaranjadas de 60 mm de envergadura com manchas pretas esparsas na asa anterior e uma faixa preta na asa posterior ao longo da margem externa, com áreas mais claras. Colocam os ovos isoladamente nas folhas largas, sendo que apos 3 dias eclodem as lagartas, que tem o corpo recoberto de espinhos, coloração preta com pontuações amarelas e uma faixa de cada lado do corpo também amarelada. Seu ciclo no verão é de aproximadamente 27 dias.
Fonte:http://www.insectaagbiologicos.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=9&Itemid=13
Lagarta-rosca
Agrotis ipsilon (Hufnagel, 1767)
Descrição e biologia. Os adultos são mariposas com 35 mm de envergadura cujas asas anteriores são marrons com algumas manchas pretas, e as posteriores, semitransparentes. Esse inseto apresenta grande capacidade de postura, sendo que uma fêmea coloca em media 1000 ovos. Os ovos, de coloração branca, são colocados nas folhas e as lagartas são de coloração pardo-acinzentada escura, podendo atingir 45 mm no seu máximo desenvolvimento. Essas lagartas tem hábitos noturnos, e durante o dia ficam enroladas, abrigadas no solo. Esse hábito de se enrolar é que·deu origem ao nome vulgar "lagarta-rosca". A duração da fase larval é de 30 dias em média, findos os quais a lagarta se transforma em pupa no solo, permanecendo nesse estagio por 15 dias, quando emerge o. adulto.
Prejuízos. As lagartas cortam as plantas rente ao solo. Cada uma pode destruir até 4 plantas com 10 cm de altura. Quando ocorrem grandes infestações, os tubérculos também podem ser danificados
Curuquerê
Alabama argillacea (Hueb., 1818)
Descrição e biologia. É uma mariposa marrom-avermelhada com duas manchas circulares escuras na parte central das asas anteriores, a qual mede aproximadamente 30 cm de envergadura. A época do aparecimento do curuquerê é de janeiro a abril; entretanto, nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiânia pode aparecer antes. A fêmea desse inseto coloca mais de 500 ovos, depositados sob as folhas geralmente ao anoitecer. Os ovos são muito pequenos, de coloração esverdeada, dando-se a eclosão em 3 a 5 dias. As lagartas recém-eclodidas alimentam-se a principio do parênquima das folhas ate completarem a primeira ecdise. A seguir, passam para a face dorsal das folhas, devorando grandes áreas, notando-se faixas irregulares ao longo das nervuras principais, dada a voracidade de seu ataque . As lagartas podem passar para outras folhas e para outras plantas, até atingirem seu desenvolvimento, que leva de 14 a 21 dias. Decorrido esse período, apresentam coloração verde-escura, com varias listras longitudinais no dorso, e medem cerca de 40 mm de comprimento. A fase larval apresenta cinco ecdises. As lagartas são do tipo "mede-palmo" e apresentam muitas pontuações na cabeça. Completado o período larval, transformam-se em pupas nos bordos das folhas - que elas dobram prendendo-os por meio de fios de seda, permanecendo 6 a 8 dias nessa fase, até passarem para a fase adulta. As infestações pesadas alteram a coloração das lagartas, tornando-as mais escuras. Essa diversidade da ao agricultor uma idéia do grau de infestação da praga.
Prejuízos. Atacam o limbo das folhas do algodoeiro, devorando-as quase totalmente, podendo atacar também as nervuras maiores e pecíolos, concorrendo geralmente para a redução da produção. Uma lagarta pode consumir, em media, 66 cm2 de uma folha de algodão, causando ate 30% de prejuízos quando não controlada. Quando o ataque ocorre por ocasião da abertura das maças, provocam sua. maturação forçada, diminuindo a resistência das fibras. . . Embora a colheita seja facilitada pelo ataque dessa praga, os prejuízos descritos mostram claramente a necessidade de controle. Observação: Esporadicamente, em anos secos, pode ocorrer uma outra espécie, Trichoplusia ni (Hubner, 1802), que também se alimenta das folhas do algodoeiro e é vulgarmente chamada de falsa-medideira. Ao contrario do curuquerê, que prefere destruir as partes de cima das plantas, essa lagarta tem preferência por folhas da parte inferior.
Lagarta-da-soja
Anticarsia gemmatalis Hueb., 1818 -
Descrição e biologia. A. gemmatalis: O adulto e uma mariposa de coloração pardo-acinzentada. Em repouso, as asas anteriores cobrem o corpo, notando-se perfeitamente uma linha que a divide ao meio e que continua na asa posterior. Mede 40 mm de envergadura. Durante o dia, essas mariposas podem ser encontradas em locais sombreados na base das plantas. Os ovos, de coloração verde, são colocados isoladamente na pagina inferior das folhas. Dentro de cinco dias, eclodem as lagartas, que se alimentam das folhas. Crescem rapidamente e podem atingir ate 30 mm de comprimento. São de coloração variável de verde, pardo-avermelhada, e ate preta, com 5 listras brancas longitudinais no corpo. Possuem quatro pares de falsas pernas, e basta tocar na planta para que todas as lagartas caiam no chão. São muito ativas e dotadas de grande agilidade. Nos instares iniciais comportam-se como mede-palmo. A transformação em pupa ocorre no solo, a pouca profundidade, e apos uma semana emerge o adulto.
Prejuízos. As lagartas atacam as folhas, raspando-as enquanto são pequenas, ocasionando pequenas manchas claras; a medida que crescem, ficam vorazes e destroem completamente as folhas, podendo danificar ate as hastes mais finas. A. gemmatalis, consome cerca de 90 cm2 de folhas para completar seu desenvolvimento.
Broca-da-cana-de-açúcar
Diatraea saccharalis (Fabr.,1794)
Descrição e biologia. É a principal praga da cana, sendo provavelmente originaria da América Central e do Sul. O adulto da broca-da-cana é uma mariposa com as asas anteriores de coloração amarelo-palha, com alguns desenhos pardacentos e as asas posteriores esbranquiçadas e com 25 mm de envergadura. Apos 0 acasalamento, a fêmea f'az a postura nas folhas da cana, de preferência na face dorsal. 0 numero de ovos em cada.postura e variável de 5 a 50, sendo essa postura imbricada. Assemelhando-se a um segmento de couro de cobra ou escama de peixe. A eclosão dá-se em 4 a 9 dias. As lagartas recém-nascidas alimentam-se, no inicio, do parênquima das folhas, convergindo, a seguir, para a bainha; depois da primeira ecdise, penetram pela parte mais mole do colmo e, perfurando-o, abrem galerias de baixo para cima. Essas galerias podem ser de duas formas: longitudinais, na maioria dos casos, e, as vezes, transversais. Ao atingirem seu completo desenvolvimento, em media aos 40 dias, medem cerca de 22 a 25 mm de comprimento, sendo de' coloração amarelo-pálida e cabeça marrom. Fazem .então um orifício para 0 exterior e, fechando-o com fios de seda e serragem, passam a pupa, de coloração castanha. Ficam nesse estagio por' 9 a 14 dias, quando emerge o adulto, que sai pelo orifício feito anteriormente pela lagarta. 0 ciclo evolutivo completo e de 53 a 60 dias, e, em nosso meio, podem dar ate quatro gerações anuais em casos excepcionais ate cinco - dependendo das condições climáticas. Na ultima geração, ha.um alongamento do ciclo, ficando a lagarta no interior do colmo por' 5 a 6 meses. O numero de gerações é assim distribuído: em outubro-novembro, após a emergência dos adultos, estes procuram as canas recém-nascidas e, efetuando a postura, dão a primeira geração. A segunda geração verifica-se entre dezembro e fevereiro; a terceira efetua-se entre fevereiro e abril, e em maio e junho temos a quarta geração, que se prolonga por 5 a 6 meses. Essas gerações podem desenvolver-se tanto nos colmos da cana como nos colmos do milho.
Prejuízos. As lagartas causam prejuízo direto pela abertura de galerias, que ocasionam perda de peso da cana e provocam a morte das gemas, causando falhas na germinação. Quando a broca faz galerias circulares (transversais, seccionando o colmo, elas provocam 0 tombamento da cana pelo vento. Nas canas novas, a broca produz o secamento dos ponteiros, conhecido por “coração morto”. Enraizamento aéreo e brotações laterais podem também ocorrer devido ao ataque da praga.Os prejuízos indiretos são consideráveis, uma vez que através dos orifícios e galerias penetram fungos que causam a podridão vermelha do colmo, podendo abranger toda a região compreendida entre as diversas galerias. Os fungos causadores da podridão vermelha são Colletotrichum falcatum e Fusarium moniliforme, que invertem a sacarose, diminuindo a pureza do caldo e dando menor rendimento em açúcar e álcool.No caso da cana destinada a produção de álcool, os microorganismos contaminam o caldo e concorrem com as leveduras no processo de fermentação alcoólica.Resultados de diversos autores, incluindo os trabalhos pioneiros do Prof. Dr. Domingos Gallo na ESALQ/USP, seguidos pelos trabalhos do Planalsucar (hoje UFSCar) e Copersucar, mostram que para cada 1% de intensidade de infestação da praga, ocorrem prejuízos de 0,25% de açúcar, 0,20% de álcool e 0,77% de peso (Copersucar). Os prejuízos são maiores a cana planta.





terça-feira, 21 de setembro de 2010

Raças e etnia,cultura,lugar e a sua multiculturalidade

O autor inicia o texto apontando as variações nos discursos popular e político sobre os conceitos de raça e etnia. Ele refere-se à iniciativa da UNESCO com as pesquisas sobre relações raciais como uma forma de evitar as conseqüências políticas nocivas do uso incorreto do termo raça. Assim, o conceito utilizado pelos biólogos indica que “as chamadas raças da humanidade eram estatisticamente apenas grupos distinguíveis”não sendo essa uma justificativa plausível para as diferenças políticas entre os indivíduos, nem para a explicação das diferenças comportamentais. A resposta encontrada pelos sociólogos empenhados na pesquisa da UNESCO foi dada de três maneiras: 1) Os problemas raciais passaram a ser denominados problemas étnicos; 2) o reconhecimento de que há diferenças raciais e de que estas atuam no estabelecimento de desigualdades políticas; 3) o termo “situações de relações raciais” é usado para indicar situações marcadas pelo racismo. Rex diz que essa primeira tentativa de resposta conduzia às vezes à interpretação dos problemas raciais não como conflito, mas como fenômenos de diferença. O fato de reconhecer que as diferenças fenotípicas podem ser utilizadas como forma de distribuição desigual de direitos impede que se veja como essas diferenças atuam em contextos distintos. O autor afirma ter adotado a terceira alternativa em trabalhos anteriores, dado que ela inclui no mesmo grupo situações marcadas por graves conflitos, exploração, opressão e discriminação, baseadas ou não em indicadores fenotípicos.

Cultura
É comum dizermos que uma pessoa não possui cultura quando ela não tem contato com a leitura, artes, história, música, etc. Se compararmos um professor universitário com um indivíduo que não sabe ler nem escrever, a maior parte das pessoas chegaria à conclusão de que o professor é “cheio de cultura” e o outro, desprovido dela. Mas, afinal, o que é cultura? Para o senso comum, cultura possui um sentido de erudição, uma instrução vasta e variada adquirida por meio de diversos mecanismos, principalmente o estudo. Quantas vezes já ouvimos os jargões “O povo não tem cultura”, “O povo não sabe o que é boa música”, “O povo não tem educação”, etc.? De fato, esta é uma concepção arbitrária e equivocada a respeito do que realmente significa o termo “cultura”. Não podemos dizer que um índio que não tem contato com livros, nem com música clássica, por exemplo, não possui cultura. Onde ficam seus costumes, tradições, sua língua? O conceito de cultura é bastante complexo. Em uma visão antropológica, podemos o definir como a rede de significados que dão sentido ao mundo que cerca um indivíduo, ou seja, a sociedade. Essa rede engloba um conjunto de diversos aspectos, como crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc.

Multiculturalidade


O multiculturalismo é o reconhecimento das diferenças, da individualidade de cada um. Daí então surge a confusão: se o discurso é pela igualdade de direitos, falar em diferenças parece uma contradição. Mas não é bem assim. A igualdade de que se fala é igualdade perante a lei, é igualdade relativa aos direitos e deveres. As diferenças às quais o multiculturalismo se refere são diferenças de valores, de costumes etc, posto que se trata de indivíduos de raças diferentes entre si.
No Brasil, o convívio multicultural não deveria representar uma dificuldade, afinal, a sociedade brasileira resulta da mistura de raças – negra, branca, índia – cada uma com seus costumes, seus valores, seu modo de vida, e da adaptação dessas culturas umas às outras, numa “quase reciprocidade cultural”. Dessa mistura é que surge um indivíduo que não é branco nem índio, que tampouco é negro, mas que é simplesmente brasileiro. Filhos desse hibridismo e tendo como característica marcante o fato de abrigar diversas culturas, nós, brasileiros, deveríamos lidar facilmente com as diferenças. Mas não é exatamente isso o que ocorre.
Sendo as culturas produto de determinados contextos sociais, se determinada cultura é posta em contato com outra, necessariamente, sob pena de ser sufocada, uma delas se adaptará à outra. Tal exigência de adaptação às necessidades sociais não é especificidade do mundo globalizado. Historicamente tem se dado este confronto necessário entre culturas diferentes. Adaptar-se é, enfim, sobreviver. A adaptação das culturas é algo próprio de cada momento, uma vez que a sociedade se transforma conforme se constrói a História. Cada sociedade busca para si aquilo de que necessita em dado momento. Assim, se determinada cultura não lhe serve, então, deverá adaptar-se ou desaparecerá.
As sociedades contemporâneas, nas quais é preciso diferenciação dos indivíduos para que se identifiquem enquanto seres humanos e enquanto membros de determinado contexto social, e, sobretudo, diante das possibilidades postas pela globalização, o conflito de culturas é inevitável e necessário. A globalização cada vez mais aproxima grupos de culturas diferentes. Assim, a diversidade cultural passa a ser alvo de intensos debates. Um grande desafio frente colocado por essa realidade é que se pretende o igual, mas ao mesmo tempo, exige-se o diferente.
Sejam quais forem as exigências do mundo globalizado, atualmente se afirma a certeza do necessário convívio em uma sociedade cuja realidade é multicultural. Para tanto, é preciso que se reconheça e se respeite as diferenças próprias de cada indivíduo. O reconhecimento da diferença é ponto de partida para que se possa conviver em harmonia, não com os iguais, já que igualdade só deve existir do ponto de vista legal, mas do ponto de vista humano, social, o que nos interessa é realmente ser diferentes.