terça-feira, 30 de novembro de 2010

Os solos aparecem






INTEMPERISMO





Chamamos de agentes exógenos ou externos os elementos da natureza que realizam o trabalho de transformar as estruturas físicas e químicas das rochas e transportar, seja a curtas, médias ou longas distâncias, os fragmentos dessas rochas que eles são capazes de desgastar. Entre os principais agente exógenos ou externos temos as chuvas, os ventos, os rios, os mares e o gelo.





Eles são capazes de causar tanto o intemperismo quanto a erosão.










Mas qual é a diferença entre intemperismo e erosão?










Intemperismo correponde ao processo de alteração, ou seja, de transformação das estruturas físicas (através da desagregação), ou químicas (através da decomposição) das rochas da superfície terrestre. Já a erosão corresponde ao transporte dos fragmentos de rochas desgastadas, ou seja, o deslocamento de materiais intemperizados. Nesse texto dedicaremos algumas palavras para descrever os principais tipos de intemperismo, suas principais formas de ocorrência e seus agentes causadores.










Como ocorre o intemperismo?










O intemperismo ocorre essencialmente de duas formas, podendo a alteração das rochas ser de caráter físico ou químico. O intemperismo físico corresponde à alteração da estrutura física das rochas feita a partir de uma desagregação mecânica. Por exemplo: quando uma única rocha é dividida em duas partes, ela sofreu uma alteração física e não química pois as duas partes não tiveram sua composição química alterada pela simples quebra da rocha. Para que haja intemperismo químico é necessário que ocorra uma alteração da estrutura química da rocha. O intemperismo físico é típico de climas secos, sejam eles quentes ou frios. Já o intemperismo químico, cuja atuação é mais profunda e importante do que a do intemperismo físico, tem sua ocorrência em áreas úmidas e quentes.










Intemperismo Físico










Vejamos, então, os principais agentes que podem causar o intemperismo físico.










a) Variação de temperatura










A variação diária de temperatura (insolação) e a variação anual (estações do ano) atuam sobre as rochas provocando dilatação (pelo aquecimento ao longo do dia ou do verão) e contração (ao longo das noites ou do inverno). Essa dinâmica de dilatação e contração provoca a termoclastia, ou seja, a fragmentação ou desagregação das rochas pela variação de temperatura. Esse fenômeno é mais comum em climas secos (como os dos desertos) onde ocorre grande variação de temperatura diária e anual. Em alguns pontos do deserto do Saara, as temperaturas superam os 50 graus célcius durante o dia e caem drasticamente para níveis perto de zero grau à noite. O reflexo está na paisagem arenosa, fruto da fragmentação excessiva das rochas do local. Cabe destacar, ainda, que o comportamento dos diferentes minerais, que compõem uma mesma rocha e possuem coeficientes de dilatação distintos, é diferente provocando o "deslocamento relativo entre os cristais, rompendo a coesão inicial entre os grãos".










b) Alívio de pressões










Frequentemente alguns blocos rochosos de grande dimensão que estão posicionados em partes profundas da crosta (chamados de batólitos) e que encontram sobre si um grande volume de rochas que atingem a superfície (chamadas de rochas encaixantes) sofrem um processo de soerguimento. Nesse processo o material da rocha encaixante é erodido e seu peso imenso é retirado, pela erosão, de cima do batólito causando um grande alívio de pressão. Esse alívio faz surgir um conjunto de fendas mais ou menos paralelas à superfície na estrutura da rocha soerguida. Essa alteração (fendilhamento) é de caráter essencialmente físico sendo mais um exemplo de intemperismo. Outras rochas, que não são batólitos, também sofrem intemperismo por alívio de pressão, como ocorre com os gnaisses e os arenitos.










c) Crescimento de cristais










A existência de poros ou fendas nas rochas possibilita o acúmulo de água e de sais (cloretos, sulfatos, carbonatos...). Em regiões frias, o congelamento da água acumulada nas fendas das rochas aumenta seu volume em aproximadamente 9% exercendo forte pressão para o alargamento dessas fendas podendo causar aumento das fraturas e fragmentar as rochas (crioclastia). O acúmulo de cristais nessas fendas também provoca essa abertura. Os cristais podem expandir-se pelo aumento da temperatura.










d) Hidratação de minerais.










"A cristalização de sais dissolvidos nas águas de infiltração tem o mesmo efeito [que o crescimento de cristais*]. Com o passar do tempo, o crescimento desses minerais também causa expansão das fraturas e fragmentação das rochas". Ou seja, ressalta-se aqui o papel da absorção de umidade pelos minerais como agente físico causador de fraturas e, principalmente, esfoliações das rochas.e) Processos físico-biológicosA ação mecânica das raízes dos vegetais e de outros organismos também pode provocar a fratura ou a fragmentação das rochas. Quando, por exemplo, as raízes de uma árvore crescem na fenda de uma rocha, elas forçam a sua abertura gerando a desagregação dos blocos separados pela fenda.










Intemperismo Químico










Vejamos, agora, os principais agentes capazes de gerar o intemperismo químico.










a) Oxidação










Sua ocorrência é típica de "ambientes oxidantes" [2], ou seja, os mais úmidos. É mais comum nos íons Fe++ e no Fe+++. Sua evidência mais clara manifesta-se na coloração avermelhada e amarelada das rochas e dos solos gerados pela intemperização dessas rochas.










b) Redução










É o processo inverso à oxidação. O íon Fe++ mantém-se na forma estável. Ocorre preferencialmente em "ambientes redutores" [2], que também são bastante úmidos, saturados de água. O processo resulta em rochas e solos de coloração azualda, cinzenta ou esverdeada.










c) Hidratação










Esse processo ocorre a partir da entrada de moléculas de água na estrutura mineral, modificando-a e dando origem a um mineral diferente. Ocorre também em ambientes mais úmidos.










d) Hidrólise










Sendo as rochas constituídas basicamente por silicatos, quando elas entram em contato com a água, os silicatos sofrem hidrólise e dessa reação resulta uma solução alcalina. Em um feldspato potássico, por exemplo, o hidrogênio (H+) substitui por hidrólise o potássio (K+).










e) Atividade dos ácidos










Os ácidos facilitam a ocorrência do processo de hidrólise (em função do teor H+). Os principais ácidos ativos são o ácido carbônico, o ácido sulfúrico, os ácidos húmicos, etc.










f) Dissolução










A dissolução ocorre quando a água provoca a solubilização completa de um mineral. Esse processo é mais comum em terrenos formados por rochas calcárias, que são mais suscetíveis à dissolução completa.










g) Processos químico-biológicos










Derivam principalmente da liberação de substâncias e do aumento na acidez da água de infiltração, que resultam da ação de microorganismos, plantas e tecidos animais e vegetais. O solo é um ambiente rico em CO2 em função da oxidação da matéria orgânica e da respiração das plantas pelas raízes. Esse CO2 em contato com a água das chuvas diminui o pH dessas águas dando maior poder de ataque às rochas alterando-lhes a estrutura.

















A formação do solo




O solo nada mais é do que o resultado da ação conjunta de agentes externos (como chuva, vento, umidade etc.) sobre restos minerais, porém enriquecidos com matéria orgânica.


Sem a presença de matéria orgânica não há a formação de solo, tratando-se somente de minerais não consolidados.


O solo pode ser compreendido como conseqüência da ação do tempo, dos vegetais e animais, do clima e da rocha. Estes fatores são chamados de agentes formadores do solo.


O tempo determina a maturidade do processo de formação do solo, dividindo os solos em jovens e maduros, dependendo da intensidade da atuação. Você sabe que as plantas não saem de seus lugares para procurar alimentos. Algumas substâncias que elas precisam são retiradas do solo. Então, dizemos que o solo é local rico em substâncias que as plantas precisam para viver. O solo também é formado pela decomposição das rochas que vulgarmente chamamos de pedras.




O uso do solo pelo homem




Há muito tempo, o homem tem considerado o solo como uma fonte de riqueza, pois é dele que retira a sua alimentação. Se voltarmos um pouco na história, veremos que, a princípios, os homens se contentavam em cultivar apenas os vegetais que lhes serviam de alimentos. Mas com o passar do tempo, começaram a plantar o linho e o cânhamo, vegetais que produzem fibras com os quais faziam os tecidos.As maquinas modificaram completamente o trabalho com a terra. Com a invenção dos tratores, dos arados e das máquinas elétricas de corte, o homem encontrou mais facilidade para plantar e desmatar.


O desgaste do solo




Erosão é a destruição do solo e seu transporte em geral feito pela água da chuva, pelo vento ou, ainda, pela ação do gelo, quando este atua expandindo o material no qual se infiltra a água congelada. A erosão destrói as estruturas (areias, argilas, óxidos e húmus) que compõe o solo. Estes são transportados para as partes mais baixasdos relevos e em geral vão assorear cursos d água. A erosão destrói os solos e as águas e é um problema muito sério em todo o mundo. Devem ser adaptadas práticas de conservação de solo para minimizar o problema. Em solos cobertos por floresta a erosão é muito pequena e quase inexistente,mas é um processo natural sempre presente e importante para a formação dos relevos. O problema ocorre quando o homem destrói as florestas, para uso agrícola e deixao solo exposto, então, a erosão torna-se severa, e pode levar a desertificação.

Fonte:http://www.colegioweb.com.br/ciencias-infantil/a-formacao-do-solo.html

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A astronomia e suas contribuições






A Astronomia é uma ciência que se dedica ao estudo de todos os corpos e astros celestes. Como uma ciência das mais antigas, de acordo com os registros históricos, ela sofreu muitas evoluções desde a pré-história e hoje praticamente todas as outras ciências são necessárias para o desenvolvimento da Astronomia. Estudando sobre a história das ciências é fácil perceber que a Astronomia influenciou a humanidade durante toda a pré-história e a história conhecida. O conhecimento sobre o céu sempre fez parte da curiosidade humana. Satisfazer essa curiosidade foi um estímulo muito grande para desenvolver outras ciências como a Física e a Matemática. Esse estimulo serve de motivação para que muitas crianças encontrem o caminho do estudo das Ciências Naturais, pois são raras as pessoas que não ficam encantadas quando são estimuladas a observar o céu.
Estudar e aprender Astronomia não é difícil, mas requer um pouco de paciência e observação por isso, este módulo foi projetado para ser lido e estudado com calma.


Eis aqui algumas imagens mostrando a evolução da Astronomia, desde o observatório pré-histórico de Stonehange, até o Ônibus Espacial e o telescópio espacial Hubble. Da superfície da Mãe Terra, nós evoluímos e hoje buscamos as nossas respostas a partir do espaço.




HISTÓRIAS QUE NÃO APRENDEMOS NA ESCOLA

Para entendermos como surgiu a Astronomia e o conhecimento que possuímos hoje, sobre o céu, é necessário lembrar como vivia a espécie humana na pré-história e quais eram suas necessidades.
Foi na pré-história, milhares e milhares de anos atrás, quando os humanos ainda viviam como nômades pelo mundo em busca dos alimentos necessários à sua sobrevivência que surgiu a Astronomia. Comunidades primitivas que eventualmente usavam cavernas como abrigo desenhavam suas observações sobre o céu. Já foram encontrados desenhos sobre o céu, com mais de 10 mil anos de idade, em cavernas de várias partes do mundo.
A espécie humana dessa parte da pré-história comportava-se como os animais, tinha que procurar, colher ou caçar os alimentos que a natureza lhes oferecia. No entanto, a capacidade que o homem tem de entender seu ambiente e modificá-lo de acordo com seus desejos fez com que ele buscasse satisfazer melhor suas necessidades.
Um grande problema para os seres humanos pré-históricos era a obtenção de alimentos suficientes para sua sobrevivência, por isso essa foi a primeira modificação realizada no ambiente ao seu redor. Passaram a atuar no ambiente para que existisse comida suficiente e sempre que fosse necessário, sem ter que contar com a sorte de encontrar o alimento, andando de um lugar para outro. Aqui muitas perguntas podem surgir e algumas delas são: O que os seres humanos aprenderam que permitiu modificar o seu ambiente? Como isso aconteceu? Quem ensinou isso a eles? E principalmente, o que isso tem a ver com a Astronomia?
Em primeiro lugar não havia professores para ensinar como plantar ou criar animais. A única fonte de conhecimento possível era a natureza e a motivação por uma melhor sobrevivência. Então, o que os seres humanos pré-históricos fizeram foi, observar como a natureza produzia os alimentos para copiar. Por exemplo, eles observaram que algum tempo depois que sementes, frutos velhos ou grãos caiam no chão novas plantas nasciam. Então, bastava recolher sementes, frutos ou grãos e jogar perto de suas cavernas para ter alimentos mais fáceis? Na verdade não, semear não era suficiente para ter alimentos, era necessário saber quando e quanto semear.

Saber quando semear significava ter a certeza de que as sementes semeadas dariam alimentos na época certa. Saber quanto semear significava prever uma quantidade suficiente de alimentos até a próxima colheita.
Pense um pouco! - Na pré-história saber a resposta para estas perguntas significava prever o futuro... E não é isso que tentamos fazer até hoje?
Aqui resta-nos a pergunta desse texto: Como foi possível fazer essas previsões? Foi a necessidade de encontrar um mecanismo capaz de fornecer dados para as previsões que levou o homem a observar e relacionar os movimentos do céu com o que ocorria na natureza. Da busca por essas relações que permitia prever novas colheitas e a época de nascimento dos animais de criação, que surgiu a ASTRONOMIA.
Depois de muito observar o céu o homem foi percebendo as relações que existiam entre o céu e a Terra. Uma da primeiras relações que ele percebeu foi que o dia e a noite eram condicionados à presença e ausência do Sol no céu. Mesmo sem ter desenvolvido a escrita e os números ele sabia se ia demorar muito ou pouco para escurecer. Era possível sair de sua caverna, para colher ou caçar, e ainda saber quando deveria retornar para chegar antes do anoitecer, apenas observando a posição do Sol no céu.
Observe a posição do Sol no céu. Agora, sem usar números, horas, escrita ou leitura, você é capaz de estimar quais das suas atividades você consegue realizar antes do anoitecer? Até onde você consegue caminhar e voltar antes do anoitecer?

Figura 1 - Foto de um dos mais antigos observatório da Terra: Stonehenge na Inglaterra. Construído por um povo que nunca chegou a desenvolver a escrita.
Percebendo que o céu podia conter informações sobre o futuro e que era um marcador fiel do tempo o homem encontrou maneiras de marcar e registrar o que observava do céu, por isso muitos observatórios foram construídos. Esses observatórios nada mais eram do que enormes pedras posicionadas de maneira adequada para que se pudesse marcar a posição de certos astros e principalmente a variação da posição do Sol durante o ano. O mais famoso desses observatórios pré-históricos é Stonehenge, que existe até hoje na Inglaterra, (fig. 1), mas existem outros parecidos pela Europa.
No entanto, cerca de 5 mil anos atrás, época em que Stonehenge foi construído, os egípcios já tinham desenvolvido a escrita e a matemática. Nesse período eles já sabiam que o ano tinha 365 dias e de acordo com o clima do Egito os sacerdotes dividiam o ano em três estações - cheia, plantio e colheita. O início do ano egípcio era marcado pela presença da estrela Sírius numa certa posição do céu, quando o Sol se punha.
Mais tarde os gregos conseguiram mapear o céu, dividindo-o em constelações. Conseguiram marcar as constelações por onde o Sol passava, que são os Signos que conhecemos hoje. Os gregos também identificaram os planetas visíveis a olho nu: Mercúrio, Vênus, Marte, Saturno e Júpiter.
Os chineses mesmo separados dos gregos e egípcios fizeram trabalhos parecidos, mapeando o céu e dividindo-o com suas próprias constelações.
Durante toda a pré-história e um grande período da história o homem contou com pouquíssimos instrumentos para ajudá-lo na observação do céu. Mesmo assim foi possível aprender muito sobre os astros.
A grande revolução da Astronomia e das ciências de cálculos ocorreu depois que Galileu Galilei desenvolveu o método científico e resolveu apontar um telescópio (luneta de galileana) para o céu.
Usando o telescópio foi possível fazer medidas mais precisas e com isso pode-se mostrar que a Terra girava ao redor do Sol, e não o contrário como se pensava. De posse dessas medidas outro estudioso, Isaac Newton, desenvolveu um método de calculo matemático para poder explicar as órbitas dos planetas ao redor do Sol. Esses métodos matemáticos são usados até hoje por engenheiros para construir edifícios, navios, aparelhos, foguetes e tudo que envolve tecnologia.

Com o surgimento da luneta ou telescópio ocorreu praticamente uma "febre de Astronomia" para observar o céu. Muitas pessoas ficaram encantadas com a beleza do céu, visto através dos telescópios e puseram-se a estudá-lo por causa disso muito mais foi descoberto: as galáxias, as nebulosas, os aglomerados de estrelas, outros planetas como Urano, Netuno e Plutão que não podem ser vistos a olho nu. Muitos astros que observados apenas com os olhos pareciam simples estrelas, com as lunetas se mostraram verdadeiras jóias do céu.
Atualmente, com a facilidade de se produzir equipamentos cada vez mais sofisticados o desafio de estudar o céu continua. Os maiores desafios dos astrônomos dos nossos dias são: saber qual o tamanho do universo; saber como ele funciona; como viajar com segurança pelo espaço e principalmente se existem outros planetas no universo que sejam habitados por formas de vida parecidas com a nossa.
Uma das maiores contribuições da Astronomia nos dias atuais é o grande desenvolvimento tecnológico que ela proporciona. Muitos produtos precisaram e precisam ser desenvolvidos para suprir as necessidades dos astronautas e dos equipamentos para que estes suportem as condições do espaço fora da atmosfera terrestre. Dessa busca por novos produtos foram encontrados muitos outros que são úteis no nosso dia a dia, como o gel de fraudas descartáveis, muitos equipamentos médicos. Os produtos mais comuns que foram desenvolvidos para levar o homem ao espaço são as comidas em conserva. Transportar, conservar e até mesmo comer no espaço sem a gravidade são problemas sérios para os astronautas, por isso que hoje temos alimentos que podem ser guardados por muito tempo sem problemas, comidas secas ou em pasta como as de bebê. Só para levar o homem à Lua mais de 200 mil produtos novos foram desenvolvidos, que de maneira direta ou indireta nos proporciona mais conforto. Pergunte a uma
pessoa, que viveu sua infância na década de 60, qual a diferença entre a quantidade de produtos que existem hoje e que existia na sua infância, desde brinquedos, utilidades domésticas, aparelhos médicos e tudo o mais que ela se lembrar.
Durante toda a história conhecida da humanidade a conquista do céu - mesmo sendo intocável - sempre foi um grande desejo humano. Muitas descobertas importantes ocorreram motivadas pelo desejo de entender e desvendar os mistérios do céu. Hoje em dia não prestamos muita atenção no céu por vários motivos: as luzes das cidades, a maior quantidade de divertimento noturno, e até porque não é mais necessário observá-lo para sobreviver, mas aqueles que redescobrem as belezas que o céu contém ficam fascinados e sentem-se encantados. Porém, normalmente esse fascínio cai no esquecimento por falta de motivação e de um conhecimento mais aprofundado que nos permita entender melhor aquilo que estamos vendo. Quando há motivação e existe conhecimento sempre surgem alunos querendo aprender mais.
CURIOSIDADE
Mesmo com pouca tecnologia e muita imaginação o desenvolvimento da ciência chegou a tal ponto que no século III a.C. um estudioso chamado Eratóstenes que era diretor da maior biblioteca de sua época - Biblioteca de Alexandria - conseguiu determinar o tamanho da Terra com erro muito pequeno. A história começou quando ele estava lendo um dos livros da biblioteca que foi escrito por um viajante. No livro, o viajante relatava que na cidade de Siena (atual Assuã) era possível ver o Sol refletido no fundo de um poço ao meio-dia no mês de junho, (figura 2a) ou seja, o Sol estava a pino. Eratóstenes sabia que no mês de junho as colunas em Alexandria (que era ao norte de Siena) produziam uma pequena sombra ao meio-dia, ou seja o Sol não estava a pino. Ele, que era conhecedor de matemática, também sabia que conhecendo o tamanho da coluna e da sombra produzida pela coluna em Alexandria e a distância entre a coluna e o poço era possível determinar o tamanho da curvatura da Terra, considerando que ela fosse uma esfera.
Conta-se que ele pagou a um carroceiro para ir de Alexandria até Siena medindo a distância entre as duas cidades, ou seja, entre a coluna e o poço. A medida foi feita na ida e na volta da viagem. Convertendo a medida dele em quilômetros estima-se a distância entre as duas cidades em 800 km. O valor que ele obteve para a curvatura da Terra foi próximo de 40.000 km (figura 2b). Hoje com os modernos equipamentos e satélites de observação da Terra sabe-se que a curvatura da Terra tem aproximadamente 42.300 km, ou seja, o erro cometido foi muito pequeno se considerarmos que na época não haviam bons instrumentos para se fazer essas medidas.



Figura 2b - Este foi o raciocínio de Erastótenes. Ele sabia que se a Terra fosse esférica os dois ângulos a seriam iguais. Então ele encontrou a = 7,2 e sabendo que a circunferência da Terra deveria ter 360o ele fez a conta mostrada acima.



Figura 2a - Maneira como Esrastótenes viu a sombra em Alexandria e Siena para poder medir a distância até o centro da Terra. Na época ninguém acreditou nele.

Fonte:http://cdcc.sc.usp.br/cda/ensino-fundamental-astronomia/ao-professor.html

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Grécia: uma civilização que marcou a história



Introdução


A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de 2000 AC. Formou-se após a migração de tribos nômades de origem indo-européia, como, por exemplo, aqueus, jônios, eólios e dórios. As pólis (cidades-estado), forma que caracteriza a vida política dos gregos, surgiram por volta do século VIII a.C. As duas pólis mais importantes da Grécia foram: Esparta e Atenas.

Expansão do povo grego


Por volta dos séculos VII a.C e V a.C. acontecem várias migrações de povos gregos a vários pontos do Mar Mediterrâneo, como conseqüência do grande crescimento populacional, dos conflitos internos e da necessidade de novos territórios para a prática da agricultura. Na região da Trácia, os gregos fundam colônias, na parte sul da Península Itálica e na região da Ásia Menor (Turquia atual). Os conflitos e desentendimentos entre as colônias da Ásia Menor e o Império Persa ocasiona as famosas Guerras Médicas (492 a.C. a 448 a.C.), onde os gregos saem vitoriosos.Esparta e Atenas envolvem-se na Guerra do Peloponeso (431 a.C. a 404 a.C.), vencida por Esparta. No ano de 359 a.C., as pólis gregas são dominadas e controladas pelos Macedônios.


Sociedade da Grécia Antiga


A economia dos gregos baseava-se no cultivo de oliveiras, trigo e vinhedos. O artesanato grego, com destaque para a cerâmica, teve grande a aceitação no Mar Mediterrâneo. As ânforas gregas transportavam vinhos, azeites e perfumes para os quatro cantos da península. Com o comércio marítimo os gregos alcançaram grande desenvolvimento, chegando até mesmo a cunhar moedas de metal. Os escravos, devedores ou prisioneiros de guerras foram utilizados como mão-de-obra na Grécia. Cada cidade-estado tinha sua própria forma político-administrativa, organização social e deuses protetores.


Cultura e religião

Foi na Grécia Antiga, na cidade de Olímpia, que surgiram os Jogos Olímpicos em homenagem aos deuses. Os gregos também desenvolveram uma rica mitologia. Até os dias de hoje a mitologia grega é referência para estudos e livros. A filosofia também atingiu um desenvolvimento surpreendente, principalmente em Atenas, no século V ( Período Clássico da Grécia). Platão e Sócrates são os filósofos mais conhecidos deste período.
A dramaturgia grega também pode ser destacada. Quase todas as cidades gregas possuíam anfiteatros, onde os atores apresentavam peças dramáticas ou comédias, usando máscaras. Poesia, a história , artes plásticas e a arquitetura foram muito importantes na cultura grega.

A religião politeísta grega era marcada por uma forte marca humanista. Os deuses possuíam características humanas e de deuses. Os heróis gregos (semi-deuses) eram os filhos de deuses com mortais. Zeus, deus dos deuses, comandava todos os demais do topo do monte Olimpo. Podemos destacar outros deuses gregos : Atena (deusa das artes), Apolo (deus do Sol), Ártemis (deusa da caça e protetora das cidades), Afrodite (deusa do amor, do sexo e da beleza corporal), Démeter (deusa das colheitas), Hermes (mensageiro dos deuses) entre outros. A mitologia grega também era muito importante na vida desta civilização, pois através dos mitos e lendas os gregos transmitiam mensagens e ensinamentos importantes.


Os gregos costumavam também consultar os deuses no oráculo de Delfos. Acreditavam que neste local sagrado, os deuses ficavam orientando sobre questões importantes da vida cotidiana e desvendando os fatos que poderiam acontecer no futuro.


Na arquitetura, os gregos ergueram palácios, templos e acrópoles de mármore no topo de montanhas. As decisões políticas, principalmente em Atenas, cidade onde surgiu a democracia grega, eram tomadas na Ágora (espaço público de debate político).